Prejuízos

Greve de educadores em Niterói chega ao 7º dia sem acordo

Alunos da rede municipal permanecem sem aulas

Nova assembleia aprovou continuidade da greve nesta terça-feira (6)
Nova assembleia aprovou continuidade da greve nesta terça-feira (6) |  Foto: Sepe Niterói
 

A greve dos educadores de Niterói ainda não tem prazo para acabar e deixa alunos da rede municipal sem aulas há cerca de uma semana. 

Nesta terça-feira (6), ainda sem acordo com a Prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Educação (FME), a categoria aprovou a continuidade da paralisação em assembleia.

"O governo segue em inaceitável intransigência. Na primeira Audiência da Mesa de Negociações, nesta segunda-feira (5), não avançou em nada nossas pautas. Por isso temos que fortalecer a luta", diz a direção do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio (Sepe), núcleo Niterói.

Esse cenário acontece porque os profissionais imploram pelo reajuste de 28,9% nos salários. É que a porcentagem diz respeito ao Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério Público da Educação Básica. 

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O prefeito Axel Grael (PDT), portanto, propôs uma quantia de apenas 8% — taxa que a categoria é contra. Servidores alegam que esse valor não cobre nem as perdas inflacionárias da categoria desde 2012. 

Ainda na segunda-feira (9), os profissionais realizaram um ato vigília na porta da FME para acompanhar a reunião da mesa de negociação com o governo municipal.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Educação (SME) e a Fundação Municipal de Educação (FME) informam que estão em negociação com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) e esclarecem que os salários dos servidores da Educação do município estão em dia e, devido à valorização do magistério garantida no Plano Municipal de Cargos, Carreiras e Salários implantado em 2014, são superiores à média nacional e à média estadual. O Executivo diz ainda que, nos últimos anos, a rede teve aumento substancial de professores efetivos que têm, hoje, salário médio de R$ 8.923,19.

O órgão complementa ainda que, conforme já publicado em Diário Oficial, os 367 professores de nível médio (de um total de 4.800 profissionais da rede municipal) receberão, a partir de setembro, o piso de acordo com sua carga horária e terão o pagamento retroativo a janeiro de 2022.

A secretaria diz também que está em diálogo com os professores da rede para evitar que estudantes sejam prejudicados pela paralisação parcial da categoria. Após um longo período de pandemia, que afastou as crianças das escolas, é fundamental que elas não percam mais aulas. Qualquer suspensão das atividades escolares neste momento é extremamente prejudicial e o Município não está poupando esforços para garantir o acesso à educação de qualidade para os alunos.

Vale ressaltar que, nos últimos anos, Niterói implementou o maior ciclo de investimentos da história da cidade para garantir o acesso de crianças, jovens e adultos às salas de aula. O conjunto de ações realizadas abarcou recursos alocados na melhoria da infraestrutura das unidades de educação, na qualificação profissional e valorização dos servidores por meio do plano de cargos e salários, além de aquisição de materiais didático-pedagógicos.

Na semana passada, os educadores fizeram um manifesto pelas ruas do Centro da cidade pedindo a garantia do piso salarial. O ato do último dia 25 interrompeu o trânsito, já que haveria uma Mesa de Negociação com o secretário de Educação de Niterói, Lincoln Araújo.

Conforme a categoria, Araújo desmarcou a reunião na noite anterior sem dar maiores explicações. Os profissionais se dizem desamparados.

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