Encosta

Homem morre em acidente em obra na Rocinha; vídeo registra resgate

Marcos Paulo chegou a ser levado ao hospital mas não resistiu

Segundo sindicato, operário não tinha certificação para trabalhar em encostas
Segundo sindicato, operário não tinha certificação para trabalhar em encostas |  Foto: Reprodução

O operário Marcos Paulo dos Santos Batista morreu no final da noite de terça-feira (31) no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul do Rio. Ele trabalhava na obra de contenção de encostas da Companhia Estadual de Habitação (Cehab) na Rocinha, quando sofreu um acidente com um cabo de aço transportado por um helicóptero.

O Sindicato dos Trabalhadores de Acesso por Cordas e Inspetores Industriais divulgou que o operário não possuía a certificação específica necessária para trabalhar em encostas e planeja apresentar uma denúncia contra a empresa responsável pela obra no Ministério Público do Trabalho.

Segundo relatos de colegas que testemunharam o acidente, Marcos estava envolvido na instalação de cabos de aço quando foi atingido. Uma estrutura metálica de aço que sustentava uma câmera utilizada para filmagem em nome da empreiteira o atingiu.

De acordo com outros trabalhadores presentes no local, o acidente ocorreu quando o helicóptero precisou fazer uma manobra de estabilização devido a uma rajada de vento. Marcos ficou inconsciente e foi socorrido por seus colegas. Imagens nas redes sociais mostram o operário sendo transportado de helicóptero, suspenso no ar, da Rocinha até a Gávea.

A empresa Geologus Engenharia, que foi contratada pela Cehab para executar o projeto, não se pronunciou até o momento. De acordo com o portal da Transparência do governo do Estado, a intervenção teve início em agosto do ano passado e deve ser concluída até dezembro deste ano, com um contrato no valor total de R$ 130 milhões.

“Para trabalhar nessa atividade, é preciso ter um treinamento específico. Marcos não tinha esse certificado. Vamos reunir dados, verificar se outros operários estão na mesma situação e encaminhar o caso para o Ministério Público do Trabalho”, disse o presidente do sindicato, Igor Kotvitz, para o jornal “Extra”.

A Cehab, por meio de uma nota, expressou pesar pela morte do operário e esclareceu que ele era um funcionário terceirizado. A Cehab informou que não tinha conhecimento de que a empresa estava realizando filmagens na obra em nenhum momento. Foi iniciado um procedimento interno para investigar os eventos, incluindo a questão da certificação do operário, e serão indicadas possíveis punições.

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