Cidades

Incêndio em hospital no Rio deixa uma pessoa morta

Alguns pacientes esperaram na rua até a transferência para outra unidade médica

Uma operação de guerra foi montada em frente ao Hospital Badim, na zona norte do Rio, que pegou fogo no final da tarde desta quinta-feira (12). Após o incêndio ter sido controlado, segundo informações divulgadas pelo Corpo de Bombeiros, o cuidado maior foi na remoção dos pacientes graves, que não puderam ser retirados de imediato, pois estavam em centros de Tratamento Intensivo (CTIs).

A assessoria da Rede d’Or, a qual o Badim é associado, confirmou que um paciente em estado grave morreu após deixar o prédio atingido pelo incêndio, devido à inalação de fumaça tóxica. A informação foi passada pelo Corpo de Bombeiros.

Depois da saída dos pacientes que podiam ser removidos de imediato, os bombeiros e as equipes de emergência começaram a evacuar os casos mais graves, a partir das 21h.

Grupos de médicos, enfermeiros e técnicos corriam pedindo passagem entre a multidão que se aglomerava em volta, incluindo parentes e amigos de pacientes. Os profissionais levavam equipamentos de sustentação, como monitores cardíacos e tubos de oxigênio.

Mais cedo, logo após a notícia de incêndio se espalhar pelos corredores, por volta das 17h, a Rua São Francisco Xavier se transformou em um ambulatório ao ar livre. Pacientes eram trazidos dos dois prédios do hospital e acomodados em colchões. Em seguida, eram levados para uma creche e para a garagem de um edifício, vizinhos ao hospital, ou transportados em ambulância para hospitais e clínicas vizinhos.

Um incêndio de grandes proporções atingiu na noite desta quinta-feira (12) o Hospital Badim, da Rede d’Or, localizado na Rua São Francisco Xavier, no bairro do Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro. O fogo começou com um curto-circuito no Prédio 1 do hospital, o mais antigo do complexo, espalhando fumaça por todos os andares do edifício. Todos os pacientes do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) já foram retirados e estão recebendo os primeiros atendimentos na Rua Arthur Menezes, que faz esquina com a Rua São Francisco Xavier.

Neste momento, os pacientes do CTI 2, que tem 20 leitos, também estão sendo retirados do prédio. A fumaça tomou conta dos dois prédios e isso dificultou o trabalho de retirada dos pacientes pelo corpo clínico, devido ao forte cheiro de fumaça.

A direção do Hospital Badim informou que a equipe está empenhada em prestar os socorros necessários aos pacientes, que estão sendo transferidos para o Hospital Israelita Albert Sabin, na Tijuca, também na zona norte, e para os hospitais da Rede d’Or, da qual o Badim é associado.

Devido à grande quantidade de fumaça, os primeiros atendimentos são feitos na rua e também em uma creche que fica ao lado do hospital. Os bombeiros dos quartéis do Maracanã e da Tijuca estão prestando socorro às vítimas e trabalhando no combate ao fogo. 

As ruas São Francisco Xavier e Artur Menezes estão interditadas ao tráfego de veículos para que as equipes de socorro possam trabalhar com mais rapidez.

Recentemente, a Rede d’Or inaugurou um prédio mais sofisticado do Hospital Badim, que fica ao lado da unidade antiga, com modernas instalações e equipamentos de última geração. Várias ambulâncias de outros hospitais da Rede d’Or se deslocaram para a Tijuca para auxiliar na transferência dos pacientes mais graves internados no Badim.

As equipes do Corpo de Bombeiros ainda não conseguiram controlar o incêndio, que começou pouco depois das 18h30.

Sem alarme

O incêndio, causado por um curto circuito em um gerador no subsolo do prédio mais antigo do complexo hospitalar, começou no final da tarde. A universitária Aline Raquel acompanhava a sua prima, Andréia, que estava internada no Badin. Ela conta que, por volta das 18h, percebeu as luzes dos carros dos Bombeiros e disse que não ouviu nenhum alarme, apenas os bombeiros mandando evacuar o prédio.

“A gente pegou o que podia e desceu caminhando. Tinha muito idoso. Foi desesperador, mas a gente estava em condições boas, mas para quem estava na UTI [Unidade de Tratamento Intensico] era complicado descer de escada”, disse.

A técnica de enfermagem Andreia de Oliveira estava em casa de licença, pois havia sepultado a mãe no dia anterior, mas não teve dúvida em ir correndo para o hospital e ajudar no atendimento aos pacientes.

"A união faz a diferença numa hora dessas. Pessoas de outras redes também vieram nos ajudar. A união faz a força. Nós estamos aqui para fazer um acesso, servir água, fazer uma massagem cardíaca", disse Andreia.

Atendimento na rua

A luz onde fica o hospital, na região do Maracanã, foi desligada para que as equipes de socorro pudessem trabalhar com mais tranquilidade. Os pacientes foram colocados na calçada na Rua São Francisco Xavier, interditada ao tráfego pela Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio) para receber os primeiros socorros.

A Rede d’O informou que enviou ambulâncias de outros hospitais da rede para transferir os pacientes. Muitos foram levados para hospitais da Tijuca, um dos bairros da zona norte mais bem servidos de hospitais particulares.

A Secretaria de Estado de Saúde informou que também está auxiliando na retirada dos pacientes. Em nota, a secretaria disse que, ao todo, 15 ambulâncias dos hospitais Getúlio Vargas, Carlos Chagas, Adão Pereira Nunes e de diversas unidades de Pronto Atendimento (UPAs) foram enviadas ao local. Unidades hospitalares do estado também disponibilizaram leitos para pacientes feridos. 

Além das ambulâncias, o Instituto de Assistência aos Servidores do Estado (Iaserj), que fica a poucos metros do local do incêndio, recebeu pacientes da unidade, que foram estabilizados e transferidos para outras unidades.

(Agência Brasil)

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