Cidades
Jogo de empurra deixa atendimento às escuras em Clínica da Família de Niterói
A Clínica da Família Doutor Antônio Peçanha, instalada na rua Teixeira de Freitas, no bairro Fonseca, em Niterói, está sem energia elétrica há cerca de uma semana. Procedimentos simples, como exame de sangue e teste da Covid-19, por exemplo, não estão sendo realizados, segundo denúncias.
Pacientes que vão até a unidade relatam que funcionários trabalham no calor e às escuras. Até esta segunda-feira (27) a situação não tinha sido resolvida.
Uma mulher grávida, de 27 anos, contou que esteve no local no último dia 20 para realizar consulta de pré-natal. Ela disse que ao chegar lá, já encontrou a unidade sem luz e não pôde ser atendida. Ela está com oito meses de gestação.
"Me remarcaram para esta segunda-feira (27), que também não tinha luz, mas mesmo assim o médico me consultou na medida do possível. Essa falta de luz já está com quase dez dias. Até agora não teve reparo. Um calor danado, às salas escuras e ainda sai de lá sem previsão da próxima consulta, assim como muitas gestantes, idosos e mães com bebês recém-nascidos", contou. A jovem preferiu não se identificar.
A clínica deveria atender moradores de regiões como Teixeira de Freitas, Riodades e morro do Bonfim. Mas por conta da falha no sistema elétrico, muitos estão retornando pra casa sem atendimento.
"O meu esposo foi marcar um exame de sangue e não conseguiu porque eles não sabem quando vai voltar a luz. Eu tinha médico marcado e não fui atendida. Tem procedimentos que não podem fazer. Só caso de entregar remédio", contou uma paciente.
A Secretaria Municipal de Saúde de Niterói esclareceu que a Enel Distribuição Rio, responsável pelo reparo, foi informada imediatamente para solução do problema.
Disse, ainda, que a unidade manteve os atendimentos nos consultórios, na parte da manhã, e os casos urgentes foram priorizados. As visitas domiciliares continuam sendo realizadas normalmente, afirma a pasta.
Já a Enel disse ter enviado uma equipe na última terça-feira (21) à unidade mencionada e constatou que o transformador estava avariado e que o reparo do equipamento é de responsabilidade do cliente.
"Prefeitura e secretaria de Saúde foram comunicadas, pela própria companhia, sobre a necessidade do conserto. Vale ressaltar que, por prestar serviço essencial, a unidade precisa ter um gerador sob responsabilidade do município", esclarece a nota.
Para Rafael da Hora, de 34 anos, a situação da clínica é de precariedade. O taxista mora na rua Teixeira de Freitas e esteve no local na manhã desta segunda, onde constatou o problema.
"O transformador do poste deu problema e está em curto, sendo que foi colocado pela Enel e está dentro da propriedade da prefeitura. Está a um passo da calçada. Pelo o que foi falado pelos funcionários, a Enel não pode mexer por ser da prefeitura. Então quem vai mexer? Vai ficar esse jogo de empurra até quando? E a clínica sem atendimento. Muitos que são da PMF Bernardino, que fechou, estão sendo atendidos aqui. Uma conhecida estava sendo atendida na Ititioca. Essa era a única que estava funcionando e está precária também", lamentou.
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