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    Inspiração

    Jovem de São Gonçalo mostra a beleza da vida com 'Down'

    Síndrome é celebrada mundialmente nesta quinta (21)

    Publicado 21/03/2024 às 7:08 | Atualizado em 21/03/2024 às 16:18 | Autor: Lucas Luciano
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    Gabriele Pereira, de 22 anos, desafia estereótipos e inspira com sua paixão pela vida
    Gabriele Pereira, de 22 anos, desafia estereótipos e inspira com sua paixão pela vida |  Foto: Reprodução/Redes Sociais

    No Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado nesta quinta-feira (21), é importante destacar as histórias das pessoas que todos os dias ainda enfrentam preconceitos e paradigmas associados à sua condição. Entre elas está a de Gabriele Pereira, moradora de São Gonçalo, na Região Metropolitana, que há 21 anos desafia estereótipos e inspira com sua determinação e paixão pela vida.

    Apesar de existirem as construções sociais que tentam limitar as pessoas com Down, sugerindo que elas não possuem capacidade para praticar esportes, música ou outras atividades, Gabriele desafia estes estereótipos, levando uma rotina cheia, com escola, natação, dança e aulas de teatro.

    'Apaixonada pela vida'

    Sua mãe, Nonata Pereira, uma enfermeira aposentada de 59 anos, compartilha com orgulho o amor da filha pela arte e sua incrível capacidade de sociabilidade.

    "A Gabi é apaixonada pela vida e arte, sempre gostou de se envolver. Ela é tão sociável, sempre faz amizade fácil. Tem gente que acha que ela está fazendo demais, mas eu vejo diferente. Enquanto ela estiver feliz e se saindo bem, não vejo problema. Ela merece viver plenamente, assim como qualquer pessoa", explica a mãe.

    Para Nonata, o que falta para pessoas com Down não são capacidades, mas oportunidades. Ela destaca a importância de compreender a condição, com ações que passam pelas escolas, porém também pela conscientização da sociedade.

    Aspas da citação
    O que eles realmente precisam é de oportunidades e apoio adequados para desenvolver todo o seu potencial.
    Donata Pereira mãe.
    Aspas da citação

    "É claro que a Gabi possui limitações. Por exemplo, ela pode facilmente memorizar uma dança em minutos, mas tem mais dificuldade em ler. No entanto isso não é um obstáculo insuperável. O que eles realmente precisam é de oportunidades e apoio adequados para desenvolver todo o seu potencial", ressalta a enfermeira.

    Em suas palavras, Gabriele é "sinônimo de amor e alegria"
    Em suas palavras, Gabriele é "sinônimo de amor e alegria" |  Foto: Arquivo Pessoal

    Em suas palavras, Gabriele é "sinônimo de amor e alegria". Neste Dia Mundial da Síndrome de Down, a mãe espera que as pessoas possam se conscientizar sobre essa condição e entender que não se trata de uma doença, mas de uma característica que as torna apenas diferentes.

    Aspas da citação
    Precisamos enxergar além do rótulo da mutação genética e tratar a pessoa com o devido respeito e dignidade.
    Donata Pereira mãe.
    Aspas da citação

    "Precisamos enxergar além do rótulo da mutação genética e tratar a pessoa com o devido respeito e dignidade. Ainda há muitas barreiras a serem superadas, mas estamos firmes e fortes nessa jornada. Temos muita esperança de que, no futuro, haja um acolhimento mais inclusivo e oportunidades mais acessíveis para que todos aprendam e cresçam juntos", conclui.

    Evento 'Viver' em São Gonçalo

    Em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Gonçalo, a Prefeitura realizará o evento "Viver", em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down, nesta quinta. O evento acontecerá na sede da Apae (Rua Francisco Portela s/n, Patronato), das 13h às 17h, com entrada franca.

    Haverá grupos de dança, desfiles, canto, sarau e presença de influenciadores
    Haverá grupos de dança, desfiles, canto, sarau e presença de influenciadores |  Foto: Divulgação

    Durante a tarde, serão realizadas uma série de atividades culturais e recreativas, incluindo apresentações da Banda Apae, grupos de dança, desfiles, canto, sarau, além de exibição de capoeira e presença de influenciadores e agentes culturais.

    Dia de filme e capoeira na UFF

    O Instituto Gingas e o projeto Din Down Down: Construindo Laços com a Família também  comemoram o dia no Centro de Artes da UFF, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói.

    O evento, das 13h às 16h30, marca a data com atividades gratuitas, incluindo cinema, roda de capoeira e debates sobre inclusão e acessibilidade.

    A programação visa destacar a importância da inclusão e acessibilidade através da educação, cultura e esporte. O evento contará com a exibição do filme "Bizarros peixes das fossas abissais" às 14h, seguido por uma Reunião de Formação às 15h30, quando serão discutidos temas, como cidadania e direitos.

    Às 16h30, haverá uma Roda de Capoeira de Integração com alunos do projeto
    Às 16h30, haverá uma Roda de Capoeira de Integração com alunos do projeto |  Foto: Divulgação

    Às 16h30, haverá uma Roda de Capoeira de Integração com alunos do projeto e das escolas municipais de Niterói, encerrando as atividades. Contará com a participação de diferentes grupos, incluindo alunos da Apae Niterói e escolas municipais, promovendo integração e troca de experiências.

    Repúdio contra fala de BBB

    A participante niteroiense Fernanda, desta edição do BBB, foi duramente criticada nas redes sociais após uma fala polêmica a respeito da criação dos seus filhos. Mãe de uma criança com autismo, a sister disse que tem dias "quer matar os filhos" e tem vontade de "jogá-los pela janela de um prédio". A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down também divulgou uma nota de repúdio contra fala da participante do reality da TV Globo.

    Confira a nota na íntegra

    “Por meio desta nota, expressamos veemente nosso repúdio as falas capacitistas e discriminatórias proferidas pela participante do reality show Big Brother Brasil 2024, Fernanda Bande, em relação às pessoas que têm alteração cromossômica.

    É lamentável, que em plena semana na qual se comemora o dia nacional e internacional da síndrome de Down, dia 21 de março, cujo propósito é trazer esclarecimentos e informações acerca dessa condição genética e eliminar o preconceito ainda existente na sociedade, que um programa repercutido nacionalmente propague esse tipo de conteúdo.

    Ao tratar de tais comentários, torna-se imprescindível tecer acerca da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a qual traz em seu artigo 5° que todos são iguais e que os Estados deverão trabalhar contra a discriminação, e no seu artigo 8° traz que serão adotadas medidas para conscientizar toda sociedade. Assim, tais comentários atentam contra a Convenção e contra as pessoas.

    Reforçamos que este comportamento implica na continuação estrutural do preconceito contra as pessoas com deficiência, infringindo a lei n° 13.146/15 (LBI – Lei Brasileira de Inclusão) que deixa bem claro, em seu Art. 88, que é crime praticar, induzir ou incitar discriminação contra pessoas em razão de sua deficiência.

    Nos causa grande estranheza terem sido proferidas pela mãe de uma criança com autismo, que vive a luta pela inclusão no seu cotidiano. Esperamos que o programa e a Rede Globo se manifestem e façam uma retratação, além de disseminar conteúdo informativo a respeito das síndromes existentes, a incluir a síndrome de Down”.

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