Intolerância não!

Líderes se manifestam contra a intolerância religiosa em Itaboraí

Ao todo, um total de 500 pessoas participaram do manifesto

Líderes religiosos se manifestam contra a intolerância em Itaboraí
Líderes religiosos se manifestam contra a intolerância em Itaboraí |  Foto: Marcelo Tavares
 

Lideranças de religiões de matriz africana se reuniram na praça Marechal Floriano Peixoto, no centro de Itaboraí, Região Metropolitana do Rio, na manhã deste domingo (22), para organizar uma manifestação contra a intolerância religiosa. O motivo da ação, de acordo com as entidades religiosas, foi devido ao discurso desferido pelo pastor Felippe Valadão na ultima quinta-feira (19), durante um show pago pela prefeitura do município.

O pastor usou tom de ameaça para afirmar que iria acabar com os terreiros de umbanda de Itaboraí e 'converter' os líderes das religiões ao evangelismo.

De acordo com Everton dos Reis, um dos coordenadores do ato, o maior objetivo do dia é ser escutado pela população local e conscientizar a todos sobre a gravidade das declarações do pastor. Além de cobrar um posicionamento da prefeitura já que, até o momento, ele afirmou que ninguém os procurou.

"Nosso objetivo é ser ouvido pela população local, conscientizar essas pessoas também. E que o Prefeito nos atenda, porque, até agora, ele está fugindo da gente. A gente quer conversar para entender o que ele tem de proposta para reverter esse quadro", disse o coordenador.

Líderes religiosos carregaram faixas pelas ruas de Itaboraí
Líderes religiosos carregaram faixas pelas ruas de Itaboraí |  Foto: Marcelo Tavares

Everton informou também que as lideranças religiosas presentes vieram de vários outros locais, como Niterói, Rio, Madureira, Maricá, Rio Bonito e Tanguá. Ao todo, um total de 500 pessoas participaram do manifesto, que repercutiu junto ao desfile de comemoração aos 189 anos de Itaboraí.

O professor Babalawô Ivanir dos Santos, interlocutor da comissão de combate à intolerância religiosa, indignado, comentou que não acha justo um crime acontecer em praça pública e autoridades locais não tomarem nenhuma providência.

É um ato de Intolerância religiosa, e isso é crime! O interessante é o argumento construído para tentar justificar o injustificável, ao dizer que se colocou oferendas, numa praça pública, como se estivessem fazendo um culto. Que eu saiba o poder público não pode financiar culto. Se foi um culto financiado pela prefeitura, o prefeito responde por cúmplice de um ato de intolerância religiosa. Não cabe mais isso em um Brasil de hoje, em um momento em que todos nós queremos lutar pela liberdade, democracia, estado laico e adversidades" Ivanir dos Santos, interlocutor da comissão de combate à intolerância religiosa
  

Através das redes sociais, a Prefeitura de Itaboraí se pronunciou afirmando que as declarações dos artistas são inteiramente de responsabilidade dos mesmos, e que não apoiam atos de Intolerância religiosa. Eles também destacaram, durante o protesto, que buscam promover a paz e união. Lamentaram também, o fato de não poderem voltar ao passado e apagar 'o erro de uma das manifestações da última quinta-feira'. Por fim, declararam que reconhecem este erro e vão cuidar para que não se repita.

  • Líderes religiosos carregaram faixas pelas ruas de Itaboraí
    Líderes religiosos carregaram faixas pelas ruas de Itaboraí
  • Objetivo do ato é ser ouvido pela população local e conscientizá-las
    Objetivo do ato é ser ouvido pela população local e conscientizá-las
  • Professor Ivanir dos Santos, interlocutor da comissão de combate à intolerância religiosa
    Professor Ivanir dos Santos, interlocutor da comissão de combate à intolerância religiosa
  • Everton dos Reis, um dos coordenadores do ato
    Everton dos Reis, um dos coordenadores do ato
 

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