Crueldade

Morador denuncia maus-tratos de vizinho a 27 cachorros em Maricá

Segundo ele, animais ficam em condições insalubres no local

Vizinhos denunciam maus-tratos de animais em Maricá
Vizinhos denunciam maus-tratos de animais em Maricá |  Foto: Lucas Alvarenga
 

Uma casa localizada na Rua Natalino José Felicíssimo, em Ponta Negra, Maricá, abriga quase 30 cachorros em condições que, segundo os vizinhos, incluem maus-tratos. Segundo informações, os animais estariam até comendo uns aos outros, além de terem apenas água suja para beber e viver no meio de sujeira.

O caso, de acordo com os moradores, já foi denunciado para a Coordenadoria Especial de Proteção Animal (Cepa), da Prefeitura de Maricá. 

"Agentes da Coordenadoria de Proteção Animal estiveram no local na quinta-feira (18/08) e não flagraram maus tratos com os animais. Por se tratar de denúncia de um possível caso de maus tratos, foi feito um boletim de ocorrência na 82ª DP (Maricá) para apurar. Também foi aberto um processo administrativo na Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental para ser apurado se existe risco de saúde pública no local", informaram.

A residência é alugada por um casal, que trouxe os cachorros. O pagamento do aluguel por parte dos inquilinos também é outro problema, já que está atrasado.

Caso, de acordo com os moradores, já foi denunciado para a Coordenadoria Especial de Proteção Animal (Cepa), da Prefeitura de Maricá
 

“Entreguei a chave da casa para eles e eles pagaram, na época, um sinal e um depósito. Antes de se mudarem, chegaram a dizer que tinham dois cachorros da raça basset, que são pequenos. Depois que eles se mudaram, os vizinhos me ligaram perguntando se eu tinha alugado o local para uma ONG ou um canil porque ao invés de eles trazerem móveis, eles trouxeram os 27 cachorros de madrugada, para ninguém ver”, afirmou o pintor Paulo César Ferreira da Silva, que alugou o imóvel para o casal.

Os animais, segundo vizinhos, vivem em uma casa suja
Os animais, segundo vizinhos, vivem em uma casa suja |  Foto: Lucas Alvarenga
Os animais, segundo vizinhos, vivem em uma casa suja
Os animais, segundo vizinhos, vivem em uma casa suja |  Foto: Lucas Alvarenga
 

 A partir daí, de acordo com Paulo César, o casal não pagou mais o aluguel e uma ordem de despejo para eles e os animais foi expedida em março deste ano.

“Eles tinham 15 dias para sair, mas não saíram. Oficiais de Justiça vieram aqui depois e, na primeira vez, não foram atendidos, na segunda, a mulher (do casal que alugou a casa) assinou um papel dizendo que estava ciente do caso, mas continua morando aqui com os cachorros que vivem na sujeira”, contou ele. 

Segundo a denúncia, os animais possuem apenas um balde de água suja para beber. Além disso, vizinhos contaram que não veem sacos de ração entrando no local, com isso, os animais podem estar com fome.

“Não vemos sacos de ração. Quer dizer, víamos antes do marido (parte do casal que alugou a casa) ser preso. Ele agrediu a mulher aqui na casa mesmo e foi detido. Agora a mulher mora sozinha e deixa a casa suja. É horrível! Os animais vivem na sujeira, com crosta de fezes no chão da casa. O cheiro de xixi é intenso. Os animais são violentos, invadem as casas daqui, comem as galinhas dos vizinhos e atacam as pessoas. Eles tem tanta fome que comem uns aos outros, é uma coisa terrível”, contou uma vizinha que preferiu não se identificar.

Os animais acabam se alimentando de outros do grupo que morrem
Os animais acabam se alimentando de outros do grupo que morrem |  Foto: Lucas Alvarenga
 

Ainda segundo os vizinhos, a mulher que mora na casa, agora sem o marido, também é agressiva.

“Ela já agrediu algumas pessoas aqui da rua que foram reclamar. É difícil! Ficam sacos e mais sacos de fezes jogados aqui num terreno da rua. É péssimo! Quando um dos cachorros morre e é devorado, os restos deles são jogados aqui perto. O cheiro é horrível, de morte e das fezes. Uma hora da manhã, as vezes, esses cachorros acordam e ficam latindo. Além disso, eles andam nos muros, é perigoso para eles. São muitos animais num espaço pequeno para eles e na sujeira e que fogem de noite para comer lixo porque devem sentir fome. Antes, eles viviam até acorrentados”, relatou um segundo vizinho que manteve o anonimato.

A Coordenadoria Especial de Proteção Animal (Cepa) já foi acionada pelos vizinhos e pelo dono da casa. Segundo eles, o órgão municipal está ciente do caso.

“A minha casa estava reformada quando entreguei para eles. Agora tem a sujeira das fezes dos animais, tem o cheiro do xixi, tem a pia quebrada, a porta quebrada eu vou gastar muito para reformar isso depois dessa situação. Eles emitiram uma ordem judicial de danos morais contra mim por eu ter aberto um processo de despejo contra eles. Eles falam que tentaram me pagar e que eu invadi a casa deles. É mentira! Os móveis ali de dentro são meus, nunca entrei lá depois disso até por medo dos cachorros e eles tem minha conta, se quisessem teriam pago”, afirmou Paulo.

O TJRJ também foi indagado sobre os processos de ambos os lados. O processo de despecho aberto por parte da defesa de Paulo teve uma atualização nesta sexta-feira (19). A juíza Luciana Estiges Toledo decidiu que "considerando a informação de que o imóvel foi desocupado, expeça-se mandado de verificação e imissão na posse. Nomeio o autor depositário fiel de eventuais bens móveis encontrados no local, competindo ao mesmo a adoção das medidas necessárias junto aos órgãos com atribuição para a remoção dos animais que se encontram no imóvel."

Já o processo aberto pelos locatários do espaço informou que a parte ré, no caso a defesa de Paulo, tem 15 dias para se manifestar e indeferiu o processo de tutela antecipada pedida pelo casal que vive de aluguel na residência. 

A Prefeitura de Maricá também foi procurada e informou que "agentes da Coordenadoria de Proteção Animal estiveram no local na quinta-feira (18/08) e não flagraram maus tratos com os animais. Por se tratar de denúncia de um possível caso de maus tratos, foi feito um boletim de ocorrência na 82ª DP (Maricá) para apurar. Também foi aberto um processo administrativo na Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental para ser apurado se existe risco de saúde pública no local."

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