Manifestação
Motoristas de aplicativos bloqueiam Av. Brasil em mais um dia de paralisação
Ato acontece no Trevo das Margaridas
Entregadores e motoristas de aplicativos realizam na manhã desta quarta-feira (30), pelo segundo dia consecutivo, mais uma paralisação. Dessa vez, contra o aumento do preço dos combustíveis. O ato acontece no Trevo das Margaridas, no bairro Irajá, na zona norte do Rio. Os manifestantes alegam que precisam abastecer diariamente os veículos e se queixam dos novos preços dos combustíveis.
Nós estamos insatisfeitos com o valor do combustível, nós temos uma pec, assim que for aprovado a gasolina irá custar R$ 3,90. O ato é para pressionar o estado a aprovar a pec.
Com um carro de som, bandeiras e banners, o ato interditou uma faixa da Avenida Brasil ás 7h30. Uma bandeira de 100 metros com as cores verde e amarela foi estendida sobre a via. No trecho, manifestante recebiam o apoio de motoristas que passavam pelo local.
De acordo com o motorista Messias Costa, morador de Magé, de 32 anos, é importante que os usuários dos sistemas compreendam que os motoristas precisam de mais suporte para trabalhar nas cidades.
"Trabalhamos 17 a 18 horas por dia pra conseguir um valor mínimo, que é uma miséria pelo custo que temos no nosso carro. Não sabemos para aonde vamos na corrida, não sabemos o destino final e muita das vezes vamos para dentro das comunidades. Não tem como ligar ar condicionado, o GNV está quase R$6, não aguentamos mais, queremos prestar um serviço bom, mas precisamos de melhores condições de trabalho", desabafou o trabalhador acrescentando ainda que o custo dos combustíveis afeta diretamente nos ganhos.
O impacto do preço dos combustíveis é muito grande, tem que selecionar as corridas porque se não, não conseguimos obter nossos resultados no fim do dia
O técnico de edificações e elétrica Márcio Nascimento começou a sentir no bolso o valor do combustível. Segundo ele, entre novembro e dezembro de 2021, conseguia abastecer o veículo com R$ 100, e fazia semanalmente o trajeto de casa ao trabalho, mas agora tem que pagar R$ 150.
"Está muito mais caro abastecer. Não dá para entender essa política que o estado cria. Tem que melhorar isso, senão o país vai continuar a mesma coisa", disse.
Segundo o caminhoneiro Wesley de Souza, com o valor atual do combustível, está bem mais complicado continuar na profissão.
"O caminhoneiro hoje está sobrevivendo, porque está tudo muito caro, o combustível tá caro, e o frete não acompanha esse aumento. Passa mês, entra mês, e o combustível só aumenta", contou.
Segundo os dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro da gasolina no país está em R$ 7,26. O levantamento foi feito pela agência no último dia 13, logo após o aumento promovido pela Petrobras, no dia 10 deste mês.
Diesel
Logo após o aumento promovido pela Petrobras, o óleo diesel estava sendo vendido a R$ 6,75, no último dia 13. Uma semana antes, no dia 6, o valor era R$ 5,91, o que representou um aumento de14%.
No período de 12 meses, o litro médio do diesel no país saltou de R$ 4,33, em 14 de março de 2021, para R$ 6,75, o que representa um aumento de 55,8%.
GNV
No levantamento da ANP, o metro cúbico do Gás Natural Veicular (GNV), na média nacional, era vendido a R$ 4,74 no último dia 13. Um ano antes, valia R$ 3,24. O aumento foi de 46%. O GNV é muito utilizado por motoristas de táxi e aplicativos, impactando diretamente na remuneração da categoria.
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