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    MP investiga compra de ventiladores com sobrepreço no Rio

    Publicado 16/04/2020 às 13:26 | Autor: Plantão Enfoco
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    Hospital Saquarema
    Cerca de 50 ventiladores foram comprados com valor acima de mercado. Foto: Arquivo

    O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) investiga possível improbidade administrativa envolvendo a contratação emergencial, por R$ 9,9 milhões pela Secretaria Estadual de Saúde, para a compra de 50 unidades de aparelhos respiradores ou ventiladores pulmonares, com pagamento antecipado.

    Investiga-se eventual superfaturamento no contrato de ao menos R$ 4,9 milhões, visto que cada aparelho saiu por R$ 198 mil, mais que o dobro de seu preço no mercado brasileiro.

    No inquérito, o MPRJ aponta que houve liberação antecipada de parte dos recursos para a empresa contratada, apesar dos preços elevados e da falta de expertise da empresa selecionada na compra e venda de materiais hospitalares, uma vez que, de acordo com o próprio contrato, a fornecedora dos ventilaores é especializada em equipamentos de informática.

    Também apura notícias de que o modelo previsto pela contratada para a compra pela SES é vendido por 3 mil dólares no exterior, não sendo o mais adequado, segundo as especificações técnicas, para o uso em pacientes críticos vítimas de Covid-19.

    O MPRJ expediu ofício ao secretário de Estado de Saúde, requisitando, no prazo de 48 horas, a íntegra do processo administrativo de contratação da empresa, que gerou o contrato de compra investigado, além dos documentos referentes à fundamentação para a escolha da empresa, pesquisa de preços, proposta de preços, contrato assinado, comprovação de entrega do material, entre outros.

    Caso não haja a comprovação da entrega do material comprado, em especial quanto aos valores pagos antecipadamente, a promotoria quer esclarecimentos sobre o prazo combinado e as medidas adotadas face ao risco de inadimplemento.

    No mesmo documento, o MPRJ busca ainda que o próprio secretário estadual de saúde esclareça se, no exercício de seus deveres como gestor público, pretende reconsiderar o contrato em questão ou se pretende autorizar novas antecipações de pagamento.

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