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'Não dormi', diz vizinha de depósito que pegou fogo em São Gonçalo
Os bombeiros viraram a noite no local para conter as chamas
Os moradores da Rua Marechal Floriano Peixoto, em Neves, bairro de São Gonçalo, não conseguiram dormir na madrugada desta sexta-feira (7). As casas da rua têm muros colados com o depósito do Centro de Reciclagem Rio (CRR), local que pegou fogo na noite de quinta (6).
Os moradores contaram qu só conseguiram dormir no final da manhã desta sexta, quando os bombeiros concluíram o trabalho de rescaldo. Eles disseram que ninguém ficou ferido, mas ficaram com o psicológico abalado.
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"Por volta das 19h, as meninas começaram a ver o fogo e me chamaram. Foi aí que eu pensei em ligar para os bombeiros, e todo mundo começou a ligar. Quando eles chegaram, o fogo já estava alto. Usaram três caminhões pipa e, mesmo assim, faltou água, usaram a água de condomínios próximos. Veio bombeiro de Niterói, São Gonçalo e até do Rio. Eles passaram a noite aqui e só saíram agora de manhã, fizemos até lanche para eles. A gente ainda não conseguiu relaxar com medo do fogo. Não dormimos ainda por causa disso tudo. Os bombeiros focaram na parede para que ela não aquecesse, e o fogo não passasse porque temos botijões do gás em casa e poderia ser pior", disse a dona de casa Dinilza Helena Diniz, de 54 anos.
Uma outra reclamação dos moradores foi em relação à ferrugem que vem do depósito. "Além desse fogo, tem muita ferrugem, poeira. Ficamos o dia todo aqui, e todos os dias tendo que lidar com isso. As crianças aqui vivem doente, e a gente com dor de cabeça por causa disso. A Defesa Civil esteve aqui e deu assistência, mas não deram laudo sobre interdição. O fogo não atravessou o muro pela mão de Deus", afirmou a técnica de tubulação naval Caroline Soares, de 35 anos.
Na manhã desta sexta, o cheiro também estava insuportável. As mulheres falaram que até catarro com sangue elas já expeliram e falaram com o dono do depósito que nada fez.
"Isso não é a primeira vez que acontece. Já pegou fogo mais vezes, pelo menos, mais duas. Fora o barulho quando eles estão trabalhando e que estremece tudo. A gente já reclamou com os donos do local, e ele dizem que não podem fazer nada", afirmou a dona de casa Sabrina Vieira, de 29 anos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de 40 militares dos quartéis de Niterói (3° GBM), de São Gonçalo (20° GBM), de Colubandê (3/20 DBM), do Grupamento Técnico de Suprimento de Água para Incêndios (GTSAI) e do Centro de Suprimento e Manutenção (CSM) atuaram no combate às chamas.
A Prefeitura de São Gonçalo informou que, "preventivamente, por causa do fogo, as casas foram isoladas, mas após o trabalho de rescaldo realizado pelo Corpo de Bombeiros, a Subsecretaria de Defesa Civil avaliou a situação das residências, e as famílias foram liberadas para retornar as suas casas".
A Prefeitura disse ainda que "a principal suspeita é de que o incêndio tenha sido provocado pela queda de um balão, que foi registrada pelas câmeras de segurança no entorno do galpão".
Procurados, os responsáveis pelo Centro de Reciclagem Rio preferiram não se manifestar.
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