'Não somos vilões', dizem empresários durante ato em Niterói

Publicada às 9h19/Atualizada às 13h26

Diferentes setores do comércio se reuniram na manhã desta quarta-feira (14), para protestar contra a prorrogação das medidas restritivas determinadas pela Prefeitura de Niterói. Empresários e comerciantes se concentraram às 8h no entrocamento da Miguel de Frias com Avenida Roberto Silveira, em Icaraí, na Zona Sul da cidade.

De máscara e segurando cartazes, a manifestação pacífica contou com auxílio de agentes da Guarda Municipal, da Niterói Transporte e Trânsito (Nittrans) e de policiais do Batalhão de Niterói (12° BPM). Por conta do ato, o tráfego de veículos na Avenida Roberto Silveira ficou em meia pista para quem seguia no sentido Centro.

Segundo o empresário e representante da Associação de Bares e Restaurantes de Niterói, Sandro Pietrobelli, a categoria quer evitar demissões em massa.

"Não somos vilões e nem negacionistas como falaram. Estamos aqui porque queremos trabalhar. Pedimos desculpas à população pelo transtorno, mas o prefeito precisa entender que estamos do mesmo lado, o lado da vida. Não queremos falar de política, apenas ter o nosso direito de volta. Precisamos e queremos ser ouvidos pelo prefeito. Não aguentamos mais ficar de portas fechadas".

Sandro Pietrobelli, representante da Associação de Bares e Restaurantes de Niterói

Motoristas que apoiam o movimento realizam um 'buzinaço' quando passam pelo local. Para a empresária Raquel Gomes, participante do protesto, "a população precisa ouvir o grito de desespero do setor".

"Vamos ter famílias com vários tipos de problemas. Precisamos da abertura imediata, não dá mais para ficar em casa. Somos pagadores de impostos e não estamos inertes com a situação mundial. Atrás de um CNPJ existem muitas famílias que dependem de nós. Só queremos ver a cidade funcionando com todos os protocolos necessários", afirmou.

Bruno Paixão, empresário e que também participou do protesto disse que não aguenta mais olhar para os funcionários e dizer que não pode trabalhar. Ele contou que seu negócio gera mais de 100 empregos em três lojas de Niterói.

"Depois de ficar dias fechados eu percebo toda a movimentação das pessoas de Niterói indo para as cidades vizinhas, pois as mesmas seguiram funcionando normalmente. Eu preciso respeitar as famílias que vem do Nordeste que moram em comunidades de nossa cidade e enfrentam tudo para estar todos os dias nos seus postos de trabalho. Não aguento mais ter que falar para os funcionários que vou ter que dispensar, pois o prefeito não nos deixa trabalhar", desabafou.

Por volta das 10h20 os manifestantes iniciaram uma caminhada em direção à rua Marquês do Paraná, onde permaneceram por mais uma hora. O ato terminou com os comerciantes caminhando de volta em direção a Icaraí. De acordo com os organizadores, o protesto seguirá diariamente até a categoria ser atendida pela prefeitura.