Ainda se recompondo do susto e tentando organizar sua vida em meio às poucas paredes que sobraram de sua casa depois que um incêndio a consumiu, Bruno Alexandre, de 34 anos, desempregado e morador do morro da Cruz, no Barro Vermelho, em São Gonçalo, tenta, aos poucos, colocar as coisas novamente nos trilhos.
No sábado (27), ele estava vendendo lanches, e deixou a filha e o pai, idoso, em casa. Em seguida, foi avisado por amigos que o imóvel estava em chamas. Preocupado, correu em direção à residência, mas não pôde fazer mais nada. Segundo ele, um vizinho teria colocado fogo na vegetação próximo de onde mora, mas a atitude acabou atingindo também seu imóvel.
"Um vizinho colocou fogo perto da casa dele, não sei se de propósito, e veio se alastrando em direção à minha casa. Na hora minha filha estava dormindo e meu pai estava na sala. Mas ele é idoso e tem problemas de saúde, e acabou não percebendo o fogo no mato do lado de fora. Só deu tempo deles saírem e o fogo entrou, pegou no colchão. Ele não teve como combater o fogo sozinho", lamentou Bruno.
Militares do Corpo de Bombeiros foram ao local e apagaram as chamas. "Perdemos tudo, só sei que ele acabou com a minha vida, não tenho mais nada. Praticamente estamos sem casa, na rua. Peguei só um pouco de roupa que eu consegui. Pedimos ajuda aos vizinhos para colocar luz, ficamos na cozinha, que ainda ficou boa, demos um jeito, minha filha está com minha mãe. Mas não tenho mais nada", relata.
Ajuda
Sem rumo, Bruno conta que teve ajuda de alguns vizinhos, e que foi à delegacia de Neves (73ª DP) para registrar o fato contra o vizinho que teria colocado fogo na vegetação, atingindo sua casa. Uma perícia também foi realizada no imóvel, segundo ele.
Uma rede de solidariade imediatamente tomou as redes sociais e mobilizou vizinhos e amigos do rapaz. Uma vaquinha online também foi criada com o objetivo de tentar uma reconstrução do imóvel e a compra de itens básicos e material de construção. Um mutirão também deverá ser organizado para reerguer novamente o imóvel. A Polícia Civil foi procurada a respeito do caso e confirmou o registro e que não descarta um indiciamento, caso haja a comprovação de que o incêndio possa ter sido criminoso.
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