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Agora é o feijão! Mercados de Niterói limitam venda aos clientes

Medida de restrição é criticada pelos consumidores

Feijão também passou a ser condicionado à limitação de compra
Feijão também passou a ser condicionado à limitação de compra |  Foto: Quintanilha Filho

Após a restrição da venda dos fardos de arroz, chegou a vez do feijão sofrer a mesma limitação nos supermercados. As restrições começaram como consequência da tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul (RS), principal produtor do arroz comercializado no país. Os consumidores criticam a medida. 

Nos estabelecimentos visitados pela equipe de reportagem do ENFOCO, nesta quarta-feira (15), foi possível verificar a restrição de compra de três pacotes de feijão de 1kg por cliente, o que também acontece com o arroz. 

Os cenários de limitação são realidades da rede de supermercados Prezunic, situado em Icaraí, na Zona Sul de Niterói, e na Rede Economia, localizado no Fonseca, Zona Norte da cidade. Em ambas as unidades, além da restrição na compra, os consumidores também criticaram o aumento no valor dos alimentos.

‘’Informamos que estamos limitando a quantidade de arroz e feijão para a compra em 3 kg por cpf, independente de marcas e tamanhos. Feijão ou arroz de 1kg - limitado a 3kg por cpf, independente da marca; Arroz de 2kg - limitado a 2 unidades por cpf, independente da marca, e; Arroz de 5 kg - limitado a 1 unidade por cpf, independente da marca.’’, comunica um dos papeis colados nas prateleiras da rede de mercado Prezunic.

  • Na rede Prezunic, as limitações foram de 3 kg por pessoa
    Na rede Prezunic, as limitações foram de 3 kg por pessoa
  • Comunicado esclareceu o motivo da restrição, no mercado Rede Economia, no Fonseca
    Comunicado esclareceu o motivo da restrição, no mercado Rede Economia, no Fonseca
  • Agora é o feijão! Mercados de Niterói limitam venda aos clientes

Valores expressivos 

No Prezunic, os valores nos fardos de 5kg variam entre R$ 27,99 a R$ 31,99. Já os pacotes de 1 kg variam entre R$ 6,59 a R$ 7,99. Entre as ofertas nos pacotes de feijão, os preços variam entre R$ 6,99 a R$ 11,99.

É muito estranho eles estarem racionando. Só porque falaram. Não vai faltar, o governo vai importar. Tem muita gente ajudando (no RS), parece que estão fazendo isso para impressionar a população Janete de Oliveira, 67 anos, doméstica

No Fonseca...

Já na unidade da Rede Economia, no Fonseca, a compra do feijão não foi limitada. No entanto, os consumidores não deixaram passar batido o valor dos fardos do arroz.

Entre os pacotes de 5 kg, os valores variam entre R$ 32 a R$ 43,98. Os fardos de 1 kg podem ser encontrados por valores de R$ 6,59 até R$ 7,99. O valor dos pacotes de feijão também chamaram atenção: R$ 6,99 a 12,98.

Uma família que tem mais filhos, vai fazer como? Vai ter que limitar a criança a comer? Eles não podem fazer isso, e também, o valor do arroz aqui tá um absurdo de tão caro Jussara Ferreira da Silveira, 55 anos, doméstica

No local, o arroz está sendo condicionado à compra de 10 kg por consumidor, independente da marca. Nas prateleiras, a razão para a implementação da medida foi esclarecida:

‘’Devido aos recentes acontecimentos no Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz do país, estamos passando por dificuldades de abastecimento, portanto estamos limitando todas as marcas de arroz a 10 kg por cliente, visando garantir o acesso a todos. Agradecemos a compreensão’’.

Imagem ilustrativa da imagem Agora é o feijão! Mercados de Niterói limitam venda aos clientes
|  Foto: Quintanilha Filho

O que dizem os mercados 

O gerente da unidade Rede Economia, localizada no Fonseca, afirmou que a medida foi pensada conforme o estoque.

‘’Essa medida foi tomada na área comercial. A gente está tendo uma dificuldade de comprar e abastecer nosso próprio depósito. O produto principal hoje, no caso, é o arroz. O nosso estoque já está no limite e, por esse motivo, a gente está limitando. Os clientes receberam a medida com uma certa resistência, mas a gente explicou que tem um decreto que permite com que a gente faça isso. Nós não proibimos, limitamos para atender a demanda necessária", esclareceu o gerente Marcos Antônio Lourenço Fagundes, de 37 anos.

Ainda segundo o funcionário, os informes de restrição devem prevalecer por uma semana, até que as vendas sejam normalizadas.

Conforme o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), o fornecedor não pode condicionar a venda de produtos ou serviços a limites quantitativos sem justa causa, no entanto, a previsão pode atender a exceções.

A Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) diz que as limitações nas prateleiras são medidas preventivas. A rede de supermercados Prezunic confirmou a justificatida da entidade: "apenas preventiva e já está sendo retirada". 

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