Agora vai? Cinema Icaraí, em Niterói, retoma processo de licitação

A empresa que fará o restauro do Cinema Icaraí, na Zona Sul de Niterói, deve ser conhecida em breve, após liberação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27), pelo prefeito Axel Grael (PDT).

Esperada há anos na cidade, o prédio será todo restaurado e contará com três salas de cinema de última geração. O investimento será de cerca de R$ 55 milhões e o prazo de execução será de 12 meses, a partir da assinatura da Ordem de Início.

Segundo o projeto, haverá sala para concertos, que abrigará a Orquestra Nacional da UFF, espaço gastronômico, entre outras instalações.

"Niterói dá mais um passo para restaurar mais um dos seus patrimônios históricos e referência de muitas gerações e ganhará mais um espaço cultural de qualidade. Estou muito feliz. Vamos em frente!", declarou o prefeito Axel Grael, em uma rede social.

A Prefeitura de Niterói confirmou ao ENFOCO que a data da licitação será marcada em breve. "A Procuradoria Geral do Município (PGM) acompanhou, nesta segunda-feira (27), a audiência no Tribunal de Contas do Estado (TCE) que julgou o processo 238.088-2/23. O TCE decidiu que pode ser realizada a licitação para escolha da empresa que fará o restauro do Cinema Icaraí", disse ainda a Prefeitura em nota. 

Adequações

Um edital de licitação para as obras do Cinema Icaraí já havia passado por adequações para atender às determinações do TCE, em junho de 2023, segundo informado pela prefeitura à época. Desde então, não havia atualizações.

O prédio, que teve suas atividades encerradas em 2006, será todo preservado. Além da preservação de todo o patrimônio histórico, em especial o estilo art déco, a obra também irá se destacar por ter acessibilidade para os visitantes e ser sustentável. 

O local também ganhará quatro espaços de gastronomia. Segundo o anteprojeto, o Cinema terá um aumento de 1.267,00 m² de área construída.

Detalhes

O trabalho inclui a preservação da fachada e restauro do saguão com todos os seus elementos: bilheteria, bomboniere, piso, teto, portas, escadarias e, ainda, a instalação de escada rolante e elevador, oferecendo acessibilidade plena aos visitantes.

No salão, todos os componentes decorativos serão revitalizados e o palco será ampliado para comportar a Orquestra Sinfônica Nacional da UFF. A plateia terá capacidade para mais de 300 pessoas e será instalada uma plataforma elevada para acesso ao subsolo. O projeto também inclui a revitalização deste subsolo, abaixo do palco, para área técnica e espaço de acervo e guarda de instrumentos.

O primeiro pavimento comportará os camarins, um mezanino para 69 pessoas e um restaurante. Já o segundo receberá toda a infraestrutura para atender a orquestra e também estarão localizadas as áreas administrativas do empreendimento.

As salas de cinema estarão localizadas no terceiro pavimento: uma delas terá capacidade para 150 lugares e outras duas com 65, cada. Além do espaço administrativo do cinema, o andar terá um café/bomboniere.

O quarto pavimento ganhará um bar bistrô e será criado um quinto para a construção de um restaurante com varanda e vista para o mar, sem retirar as características da fachada. Para colaborar com a sustentabilidade, serão instaladas na cobertura placas de módulos fotovoltaicos para a captura de energia solar e todo o prédio também terá sistema de captação de água da chuva para reuso.

História

Construído nos anos 40, o edifício em estilo art déco foi um dos mais tradicionais cinemas de Niterói, até encerrar as atividades em 2006. Devido a importância, o prédio foi tombado em 2001 pelo município e em 2008 pelo Estado, e guarda na memória dos niteroienses um espaço de cultura e encontro para lazer.

Desde 2019, ano em que conquistou o termo de uso do prédio, a Prefeitura de Niterói realiza estudos e contrata empresas especializadas em projetos de arquitetura e restauro.

Ainda foi realizado um trabalho conjunto com a UFF, com o Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio (CMPPC), o Departamento de Preservação do Patrimônio Cultural (DePAC) e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC).