O cantor Johnny Hooker vai receber o título de Cidadão Niteroiense, uma das maiores honrarias do legislativo municipal. O projeto, de iniciativa da vereadora Benny Briolly (Psol), foi aprovado nesta terça-feira (16) por 7 a 6 votos. Houve 8 faltas.
Hooker virou alvo de grupos conservadores e religiosos após uma apresentação no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), no qual afirmava que "Jesus era travesti". Desde então, alguns shows dele foram cancelados pelo país.
Em março deste ano, a Prefeitura de Niterói voltou atrás sobre a apresentação do artista, que aconteceria no Museu de Arte Contemporânea, no Festival ID:Rio, sem informar a justificativa. A equipe do famoso atribuiu a atitude a uma mobilização feita por conservadores.
Em setembro de 2023, o prefeito de Boa Vista (RR), Arthur Henrique, vetou a apresentação do cantor após sofrer uma pressão da população.
Ainda em Niterói, o vereador Douglas Gomes foi uma das pessoas que não concordaram com a apresentação do artista, à época. Ele também votou contra a honraria na Câmara Municipal, nesta terça.
"Afirmo que não há interesse de homenagear a obra dele e sim de afrontar o público cristão. A votação aconteceu sem comunicação prévia aos vereadores. E de forma vergonhosa foi aprovada. Alguns vereadores saíram no momento da votação, pra não se posicionarem", disse ao ENFOCO.
Quem é Johnny?
Nascido em Recife, capital de Pernambuco, o Johnny é reconhecido por sua contribuição à cultura e à luta pelos direitos LGBTQIAPN+, sendo uma figura emblemática da diversidade e inclusão.
“Importante lembrar que Johnny foi perseguido e atacado covardemente pela extrema-direita bolsonarista de nosso município após anúncio de seu show por parte da Prefeitura. Niterói tem movimento LGBTQIAPN+ organizado, tendo elegido a primeira parlamentar travesti do estado do Rio de Janeiro e evidentemente não aceitou tamanho desrespeito à nossa comunidade”, relata a autora da homenagem, Benny Briolly.
A vereadora reiterou a importância de promover eventos culturais inclusivos e diversificados, que respeitem a pluralidade da sociedade niteroiense e contribuam para a construção de uma cidade mais igualitária e acolhedora para todos.
"Hoje, as narrativas criminosas e preconceituosas se mantiveram, porém tiveram que aceitar: Niterói não tolera, nem tolerará LGBTfobia, racismo, machismo e misoginia. E durmam com essa!", finalizou Benny.
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