Com uma existência quase centenária e tombado como patrimônio material e imaterial de Niterói, o tradicional Clube Combinado 5 de Julho, que fica no Barreto, Zona Norte de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, deverá encerrar suas atividades até a próxima segunda-feira (11), por determinação da Justiça.
O clube foi arrematado pela empresa Tubarão após ser levado a leilão em 2020 por acúmulo de dívidas trabalhistas. O presidente do clube, Antônio Carlos de Oliveira, lamentou o fechamento da entidade.
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O sentimento é o pior possível. Antônio Carlos de Oliveira, presidente do Clube Combinado 5 de Julho
"Eu não durmo há dois, três dias. A gente sabe da importância e história do clube. Mas devido às más administrações, de pessoas que não tiveram a devida responsabilidade, chegamos a esse ponto", disse Antônio Carlos.
Patrimônio milionário
Segundo o presidente do Combinado 5 de Julho, a dívida começou em 2012, com valor de R$ 37 mil, e que não foi paga. Quando o clube foi acionado, a dívida trabalhista estava perto dos R$ 350 mil. O montante geral dos débitos chega atualmente a quase R$ 6 milhões.
Perdemos um patrimônio de R$ 22 milhões, que foi arrematado por causa de R$ 37 mil Antônio Carlos de Oliveira, presidente do Clube Combinado 5 de Julho
Antônio lamentou afirmando ainda que a empresa Tubarão estaria irredutível e não quer diálogo.
"Tentamos conversar, mas não tivemos êxito. Hoje eles são os donos do clube", completou o presidente. Ele diz que entrou com um mandado de segurança para que o clube não seja entregue ao novo dono, após a data-limite.
Jeremias, que foi atleta e atualmente é instrutor de futebol no clube, também lamentou a situação.
"Aqui é a minha casa. Fui diretor de esporte, e minhas maiores amizades foram construídas aqui no 5 de Julho. Eu queria que me acordassem e falassem que eu estou sonhando, que é mentira. Aonde eu vou não é o Jeremias, é o 5 de Julho", declarou emocionado.
Justiça
O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região informou ao ENFOCO que o processo já alcançou todas as instâncias previstas em lei e que não cabe mais recurso. O imóvel foi penhorado para quitar dívidas trabalhistas.
Acrescentou ainda que o processo iniciou-se em 2013 e que foram concedidas várias oportunidades de quitação, inclusive de forma parcelada.
A Prefeitura de Niterói, através da Secretaria Municipal de Cultura, disse apenas que as instalações do Clube Combinado 5 de Julho são tombadas como patrimônio material e imaterial da cidade, o que não se estende às atividades desenvolvidas no local.
Contactada para comentar o assunto, a rede Tubarão não respondeu até a publicação desta reportagem.
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