Absurdo

Crime cometido em praias do Rio chega às areias de Niterói

Suspeito opera em diferentes praias com o mesmo modus operandi

O caso aconteceu na Praia de Camboinhas
O caso aconteceu na Praia de Camboinhas |  Foto: Péricles Cutrim

Alunos e treinadores da assessoria esportiva de natação BFswim, que atua nas praias de Boa Viagem, Itaipu e Camboinhas, em Niterói, relataram terem sido vítimas da nova modalidade de roubo que tem ocorrido, com a mesma abordagem, nas praias do Recreio, Flamengo e Leme, no Rio de Janeiro.

A abordagem, em questão, tem como alvo assessorias esportivas que atuam nas praias, com aulas de natação e voleibol. Segundo a BFswim, que oferece aulas de natação em mar aberto, a situação aconteceu no sábado (24), na Praia de Camboinhas, situada na Região Oceânica de Niterói. O crime aconteceu entre 7h e 7h30. Foram levados celulares e dinheiro.

Conforme o treinador Bruno Ribeiro, "um homem negro, de óculos e sotaque meio angolano", se apresentou como Matheus e relatou que havia entrado em contato com o outro treinador da assessoria e sócio de Bruno, chamado Flávio.

  • Treinador Bruno Ribeiro ao lado de uma das vítimas, Leonardo Oliveira
    Treinador Bruno Ribeiro ao lado de uma das vítimas, Leonardo Oliveira
  • Crime aconteceu na Praia de Camboinhas
    Crime aconteceu na Praia de Camboinhas
  • Ladrão se passou por aluno para roubar pertences dos praticantes de natação
    Ladrão se passou por aluno para roubar pertences dos praticantes de natação

"Ele chegou falando com o Flávio, que é o meu sócio, em meu nome, que ele tinha marcado comigo uma aula. Só que eu nunca tinha visto o cara na minha vida, nunca tinha feito contato, nada", revela o treinador.

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Ainda conforme Bruno, para o treinador Flávio, o homem apresentou a narrativa inversa, informando que já havia entrado em contato com o treinador Bruno e agendado a aula, se passando por um falso aluno. Deste modo, os dois não desconfiaram pois acreditaram na informação passada pelo possível suspeito.

O homem, então, se apresentou aos demais alunos, eram cerca de 50 pessoas presentes, e foi participar da aula.

"Antes de começar o treino, a gente dividiu a turma em grupos. Eu fico com um grupo, Flávio fica com outro. O grupo que estava comigo foi nadando, eu acompanhei um pouquinho na areia e ele entrou aqui (água). Em cinco minutos depois, quando eu já estava voltando. fui falar com o Flávio e ele falou: 'Óh, aquele rapaz sentiu dor no ombro e saiu'. Aí eu olhei para a tenda, ele já tinha ido embora", explicou.

Bolsas reviradas

Segundo o treinador, cerca de 15 minutos depois, os alunos perceberam as bolsas e mochilas abertas e reviradas.

"Uma aluna saiu e viu que tinha um monte de bolsa revirada. Aí ela começou a chamar as pessoas, elas saíram e foram dando falta dos celulares", denuncia.

'Agiu com muita calma' 

Entre os pertences furtados, quatro aparelhos telefônicos e uma quantia em dinheiro foram levados. Uma das alunas, inclusive, realizou o serviço de rastreamento do celular e localizou o aparelho na Rua Uruguaiana, situada na região central do Rio de Janeiro.

O aluno Leandro Oliveira, de 46 anos, também teve o celular furtado e contou que o suspeito agiu com muita calma: 

Ele estava muito calmo. Chegou passando protetor solar, falou com outros, observou quem estava mexendo no celular. Geralmente, quem faz esse tipo de coisa fica nervoso, mas ele não, ele agiu com muita calmaria o tempo todo Leandro Oliveira, vítima

Os representantes da BFswim afirmaram que entraram em contato com outras assessorias de praias do Rio de Janeiro, que relataram roubos com a mesma abordagem e semelhança de suspeito.

O que diz a polícia

Em resposta ao ENFOCO, a Polícia Civil afirmou os casos foram registrados na 81ª DP (Itaipu). A investigação está em andamento para identificar e localizar o autor do crime.

"As vítimas serão chamadas para serem ouvidas e apresentarem mais informações sobre os fatos. A unidade policial também solicita que outras possíveis vítimas registrem ocorrência na delegacia de forma presencial ou pela internet", enfatiza a nota.

Em relação ao policiamento na região, a Polícia Militar afirmou que o 12º BPM (Niterói) assim como os demais batalhões da Corporação seguem empregando seus efetivos de maneira ostensiva e dinâmica em todas as regiões do estado.

Isso visando coibir quaisquer tipos de roubos e furtos, sejam contra os patrimônios público ou privado e movimentações criminosas relacionadas, inclusive na Região Oceânica.

"Segundo dados do Instituto de Segurança Pública houve redução de 2.1% no total de roubos no estado comparando janeiro de 2023 com o mesmo mês de 2024. Os comandos das unidades também trabalham junto às delegacias no intuito de identificar os envolvidos em tais ações", informa a nota.

A Polícia Militar ressalta ainda a importância da colaboração da população realizando denúncias, através do telefone do Disque-Denúncia: (21) 2253-1177, da Central 190 ou do Aplicativo 190. Os registros em delegacias da Polícia Civil também são essenciais para que procedimentos investigativos sejam iniciados.

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