Inspiração
Influencer de Niterói vira símbolo de beleza e empoderamento negro
Gaby Ferraz, de 23 anos, fala sobre aceitação e autoestisma
No universo das redes sociais, onde as imagens e as histórias se entrelaçam, surge uma voz que ecoa além do virtual.
Gaby Ferraz, uma influenciadora de 23 anos, moradora de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, tornou-se um ícone de beleza e empoderamento negro, utilizando as suas experiências pessoais para inspirar os mais de 100 mil seguidores que tem no Instagram.
Ao desbravar o complexo caminho da aceitação e autoestima, ela compartilha sua jornada que a levou a se tornar não apenas uma comunicadora, mas a posição de defensora da diversidade e do autoamor.
"Sempre amei criar, gravar vídeos, mas a timidez me fazia apagar tudo. A autoestima ainda era um desafio. A autoconfiança floresceu, e com ela veio o desejo de promover o empoderamento feminino negro. Na faculdade de Jornalismo na UFF, me descobri como mulher negra, bonita e inteligente. Foi ali, na faculdade, que me encontrei de verdade, pronta para abraçar essa missão", conta a jovem, que já está formada.
Vencendo a timidez
A transição de uma estudante tímida para uma influenciadora empoderada foi um processo de autoconhecimento, segundo Gaby. A jovem relata que encontrou não apenas sua voz, mas uma comunidade de mulheres que compartilhavam experiências similares.
No auge da pandemia, em 2020, dei vida a um podcast para discutir relacionamentos e, posteriormente, ampliei para os vídeos. O que me impulsionou foi o desejo genuíno de expressar minha voz, ser ouvida. Queria compartilhar minha visão única do mundo, difundir minhas ideias e, sobretudo, abordar a persistente questão da autoestima entre mulheres negras
Inspiração
Contrariando à lógica superficial das redes sociais, Gaby escolheu se destacar abordando temas profundos, como relacionamentos, autoestima e empoderamento. Sua missão tornou-se evidente quando ela começou a receber mensagens de meninas negras que encontraram inspiração para se aceitar através de seus vídeos.
Gaby Ferraz tornou-se um símbolo da beleza e empoderamento negro
Esse foi o caso da jovem estudante Ana Clara Alves, de 20 anos. Nascida e criada no Fonseca, na Zona Norte de Niterói, a estudante de Nutrição enfrentou diversos desafios, comuns às vidas de mulheres negras.
Muitas vezes se sentindo isolada pelos padrões de beleza que, segundo ela, costumam privilegiar os traços de pessoas brancas, a jovem relata que frequentemente se via questionando a sua própria autoestima.
Eu sempre tive essas dúvidas sobre minha aparência, meu cabelo, sobre ser o suficiente. Eu me sentia isolada em muitos aspectos da minha vida, e isso incluía aceitar quem eu era
No entanto, foi durante uma tarde comum em sua rotina, navegando pelas redes sociais, que Ana Clara se deparou com um vídeo de Gaby Ferraz. A influenciadora, com a sua autenticidade e mensagens poderosas, capturou imediatamente a atenção da universitária.
"Quando vi Gaby falar sobre se amar e se aceitar, algo clicou dentro de mim. Eu percebi que a beleza está em todas as formas, tamanhos e cores. Comecei a entender que minha identidade é algo a ser celebrado, não escondido", revela Ana Clara com um sorriso que expressa confiança.
Ao testemunhar o impacto positivo de seu trabalho nas histórias compartilhadas por diversas meninas, a influenciadora comenta sobre o que sente.
"Gratidão e, principalmente, responsabilidade. Pois sei que o que falo influencia na vida de muitas pessoas. Fico muito orgulhosa de fazer parte da vida dessas meninas", expressa Gaby.
Influenciadora enfatiza a importância de perfis que abordam a beleza, o poder e o autocuidado das mulheres pretas
Contudo, mesmo diante das alegrias trazidas pela sua profissão, a influenciadora reconhece os desafios enfrentados pelas mulheres negras, destacando que a jornada para a autodescoberta e construção de comunidades nem sempre é fácil.
As mulheres negras muitas vezes se sentem isoladas em vários aspectos da vida. Descobrir e criar uma comunidade não é fácil, mas perfis que destacam a nossa beleza e poder são essenciais para proporcionar identificação e inspiração. Ver-se em influenciadoras semelhantes é crucial para cultivar a autoaceitação
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