Lojistas fecham rua de Icaraí após desabamento de shopping

Lojistas do Centro Comercial de Icaraí, conhecido como Shopping das Galinhas, na Zona Sul de Niterói, fizeram um protesto e interditaram um trecho da Rua Ator Paulo Gustavo, no início da tarde desta quinta-feira (11).

O objetivo da manifestação foi cobrar a retirada dos escombros que ainda estão pendurados no quarto andar, onde funciona uma academia, para que os comerciantes possam voltar a trabalhar, uma vez que o local segue interditado.

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Jocilma Azeredo de Souza, proprietária de um salão de cabeleireiro há 48 anos no centro comercial, fez questão de participar do ato.

"Estou perdendo clientes. Início de mês, todo mundo contando de ganhar o seu dinheiro para pagar as suas dívidas. Estamos impossibilitados de trabalhar”, desabafou.

A comerciante Fabiana Estrella também expressou sua indignação.

"Fizeram alguma coisa errada nessa obra, caiu um pilar e agora esses escombros estão pendurados. Nunca tivemos problemas aqui. Estamos sem saber o que fazer. Estamos tentando contar com a ajuda da prefeitura", relatou Fabiana.

Motoristas que passavam pelo local apoiaram o protesto, buzinando em solidariedade aos comerciantes.

Procurado pela reportagem, o síndico do centro comercial, Felipe Fazer, afirmou que a obra para remoção dos escombros será iniciada nesta sexta-feira (12). “O andar é de uma empresa particular. A obra será iniciada nesta sexta”, garantiu Felipe.

Os lojistas esperam que a ação seja rápida e eficaz, permitindo a retomada das atividades comerciais e minimizando os prejuízos enfrentados devido à interdição.

Obra que causou desabamento é clandestina, diz Prefeitura 

A Secretaria Municipal de Defesa Civil e Geotecnia informou, em nota, que "a empresa responsável pela obra no local foi notificada e que, assim que a mesma retirar os entulhos que oferecem risco à população, realizará uma nova vistoria para confirmar a liberação do funcionamento das lojas. Pelo fato de o Complexo Comercial de Icaraí ser um imóvel privado, é importante frisar que a responsabilidade da Prefeitura diante dessa situação é notificar os responsáveis e realizar o isolamento e as interdições necessárias para garantir a segurança das pessoas que transitam no entorno. O que ocasionou o desmoronamento de uma parte da estrutura foi uma obra realizada no Complexo. No momento, a Defesa Civil realiza uma nova vistoria para verificar a retirada das estruturas colapsadas". 

Além disso, continua a nota da Prefeitura, "a Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade constatou que a obra em execução no 4º pavimento do Condomínio Comercial situado é clandestina. Em duas vistorias realizadas após o desabamento de parte da estrutura do imóvel, não foram encontrados funcionários ou responsáveis técnicos pela execução das obras. Após conversas com o síndico e advogado do Centro comercial, a Secretaria tomou ciência de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) emitida pela engenheira Marcela Degli Esposti Lopes junto ao Conselho de Engenharia (Crea). Também foi identificado o endereço comercial registrado pela profissional e enviada uma intimação nesse local, exigindo a paralisação imediata das obras até apresentação de Licença de Obras compatível com a execução e desinterdição da Defesa Civil, além de apresentação imediata de Licença de Obras, caso tenha sido solicitada. Até o momento nenhum tipo de Licença de Obras foi apresentado".