Não era menino! Empresa de Niterói erra sexo de bebê e pais se revoltam

O que era para ser um momento especial, mágico e único foi interrompido pelo erro de uma empresa de Niterói, que informou o sexo do bebê de forma equivocada e preparou o chá de revelação com o sexo masculino, apesar dos exames indicarem que o primeiro bebê do casal, Beatriz Carvalho, de 27 anos, e Higor Ferreira, de 30, era uma menina.

Segundo a bancária, ela e o marido radiantes com a notícia de que receberiam mais um membro na família, já que são pais de dois pets, contrataram a Bart Eventos, especializada na realização de eventos de revelação de sexo de bebês, para marcar o momento especial.

Grávida de cinco meses da Manuela, a mamãe Beatriz contou que sempre sonhou em fazer a festa com as famosas fumaças que indicam o sexo do bebê.

Eu sempre quis. Por isso contratei uma empresa para ficar responsável apenas pela revelação do sexo. A única responsabilidade da empresa era verificar o teste e levar a cor no dia do evento

Ela conta que teve a opção de contratar uma guardiã de segredo: uma pessoa responsável da família para ficar com o resultado — mas decidiu descartar esse serviço, pois queria que o momento fosse uma surpresa para todos.

Após enviar o resultado, Beatriz destaca que fazia contatos constantes com a empresa para confirmar se os responsáveis estavam com 'tudo ok' para o grande dia. "Eles disseram que estava tudo certo", garantiu a contratante.

Descoberta e frustração 

A festa de revelação aconteceu no estacionamento de uma igreja evangélica no bairro Itaipu, em Niterói, no dia 1º de fevereiro, e o espaço foi alugado pelo casal. O evento reuniu familiares e amigos, ansiosos para saber o sexo da criança.

Segundo a bancária, a maioria dos convidados estava vestindo roupas azuis, presumindo que a criança seria um menino. Quando o sexo foi revelado, os presentes comemoraram e festejaram com os papais do ano.

A gestante Beatriz Carvalho descobriu o verdadeiro sexo da criança ao olhar exame em casa, após o chá revelação

Durante a noite, quando Beatriz foi pegar o exame de sexagem fetal para guardar de recordação, ficou surpresa ao ler que o sexo do bebê era feminino. Ou seja, na verdade, ela está esperando uma menina, que vai se chamar Manuela. Na mesma hora, o casal entrou em contato com a empresa para buscar explicações sobre o ocorrido.

Fui enganada no meu chá de revelação. No dia que era para ser um sonho realizado, não passou de uma mentira. A empresa brincou com o meu sonho e com o sonho da minha família. Não teve responsabilidade com o meu sonho

Por ter visto o resultado no mesmo dia, Beatriz destaca que, por sorte, não deu tempo de comprar o enxoval da criança.

"Imagina se eu não tivesse aberto o exame? Se eu tivesse acreditado cegamente na empresa? Nesse dia, eu não consegui nem dormir. Tivemos custos, né? Mas dinheiro a gente corre atrás, e o psicológico? O meu, o do meu marido, da minha família", questiona.

De acordo com a sogra de Beatriz, que prefere não ser identificada, a família ficou abalada com a situação, pois o momento da festa foi especial.

"Quando mostrou o resultado e saiu a fumaça azul, nossa, foi lindo. Chorei muito. Eu dizia no vídeo que sabia que ia ser menino. E quando disseram que erraram, eu, como sogra e avó, fiquei com muita raiva da equipe", contou ela.

Beatriz destaca que o transtorno não é apenas pelo sexo da criança, mas pelo momento que não pode ser revivido — tudo o que ela idealizou e sonhou. O casal diz estar muito abalado com a situação, especialmente com a tarefa de ter que avisar a família e aos amigos sobre o erro cometido. "O tempo não volta e o momento também não", ressalta.

O que diz a empresa

Ao ENFOCO, o dono da empresa Bart Eventos, Júnior Cruz, reconheceu que houve um erro na divulgação do resultado do sexo do bebê. Ele diz que realiza esse tipo de evento há três anos e destaca que essa foi a primeira vez que um erro como esse ocorreu.

Cruz explica que recebeu uma mensagem de Beatriz via WhatsApp com o link e login do site do laboratório onde a gestante havia feito o exame.

"Quando eu acessava o link dela, meu celular redirecionava para o link de outro cliente. Estava salvo o link de outro cliente. Eu nunca olho pelo celular, mas naquele dia estava agitado e acabei acessando pelo celular. Normalmente, eu vejo pelo computador, imprimo o resultado e, às vezes, no final do evento, entrego para o cliente", justificou ele.

Ele contou que, quando percebeu o erro, informou a Beatriz que assumiria todos os custos do chá de revelação e ofereceria um ensaio fotográfico para ela.

"Eu iria arcar com tudo, e aí ela parou de me responder, pois disse que estava muito abalada. Após alguns dias, o advogado dela entrou em contato comigo para tentar um acordo, pedindo R$ 30 mil."

Júnior afirmou que não tinha condições de pagar esse valor e verificou com o advogado se seria possível parcelar o montante. Após um mês, ainda de acordo com o empresário, o advogado entrou em contato novamente, propondo reduzir o valor para R$ 10 mil.

"Depois de um mês, me ligaram e informaram que conseguiram um acordo de R$ 10 mil, parcelado em cinco vezes, e então disseram que, se eu não aceitasse o acordo, iriam postar na internet. Não fiz o acordo e disse que, se quisessem, poderiam entrar com uma ação na justiça. Eu tentei reverter a situação", afirmou.

Após o erro, Júnior afirma que a empresa tomou outras medidas em relação ao controle dos resultados de sexo de bebês. Segundo ele, agora o próprio cliente deverá selecionar um "guardião de segredos" para ficar responsável pelo resultado.

Família retruca

Beatriz menciona que não houve acordo por parte da empresa, mas sim por parte dela e do marido.

"Ele não respondeu mais ao nosso advogado nem a mim. Ficamos correndo atrás dele, mas ele não atendia as ligações. Tentamos de todas as formas tentar um acordo viável, mas nem os custos do evento ele quis pagar. O valor que ele sugeriu não cobria nem os custos", afirmou.

Segundo ela, o empresário só estaria disponível para um acordo no valor de R$ 3 mil, parcelado em 6 vezes. Beatriz ainda relatou que ofereceu R$ 10 mil e, para facilitar, sugeriu o parcelamento em 10 vezes de R$ 1 mil para resolver a situação, mas o homem recusou.

"R$ 3 mil não cobre nem o custo do evento, muito menos o dano psicológico e o constrangimento que nos causou. Nem isso ele quis arcar, com o mínimo."

Ainda de acordo com ela, o homem não respondia às mensagens e ligações.

"Eu queria resolver tudo de forma extrajudicial, para não precisar entrar na Justiça e reviver toda essa situação, pois a maior prejudicada fui eu. Mas, infelizmente, teremos que recorrer à Justiça", concluiu.

Chegada da pequena Manu

Mesmo após a grande confusão, a família continua animada e feliz pela chegada da primeira filha do casal, a Manuela. "Claro que estamos muito felizes! Estamos radiantes com a notícia, eu sempre quis ser mãe de menina e meu marido também tem super jeito para isso! Temos quatro sobrinhas e já passamos no teste", conta a bancária.

Beatriz menciona que, quando tinha apenas 13 anos, já havia escolhido o nome da primeira filha que teria.

"Ela sempre foi desejada, e o significado do nome não é em vão: 'Deus está conosco!' Nosso mundo virou cor de rosa e estamos super empolgados com a chegada dela. Vem, Manu, sua família inteira te ama muito!", finalizou.