Trabalhador da obra teve as pernas esmagadas no desabamento em Niterói

Um forte estrondo seguido de correria marcou o desabamento do andar superior de um imóvel comercial de dois pavimentos, com cerca de seis metros de altura, na manhã desta quinta-feira (14), na Rua Doutor Tavares de Macedo, altura do número 228, próximo à Rua Lopes Trovão, em Icaraí, Zona Sul de Niterói. O acidente deixou um trabalhador com os membros inferiores esmagados e provocou a interdição da via.

O espaço passava por obras de demolição e terraplanagem quando parte da estrutura veio abaixo, levantando uma nuvem de poeira e atraindo curiosos. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil isolaram a área para evitar novos riscos. Imóveis vizinhos não foram impactados, segundo o órgão da Prefeitura.

O trabalhador Cristiano Fernandes da Silva, de 49 anos, que atuava na obra, ficou preso sob os destroços e foi resgatado com ferimentos graves ao Hospital Estadual Azevedo Lima (Heat), no Fonseca. Segundo a direção da unidade, ele tem estado de saúde estável. 

“Infelizmente, um dos trabalhadores sofreu um incidente durante a demolição. Ele sofreu uma queda e parte do material caiu sobre sua perna, causando o esmagamento do membro inferior. Ele foi prontamente socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital Azevedo Lima. Estamos torcendo para a melhora e pronta recuperação do rapaz”, informou o secretário municipal de Defesa Civil e coronel do Corpo de Bombeiros, Walace Medeiros.

Testemunhas relataram o momento do susto: “Foi um estrondo e teve correria, muita poeira. Já estava em processo de demolição, eu tenho ouvido barulho de obra a semana inteira. Não sei se era dali. Mas teriam dois funcionários”, contou Giovanno Decamaro, de 28 anos, que trabalha em uma banca de jornais nas proximidades.

Ainda nervosa, a estudante de um curso que fica nas proximidades contou que presenciou a cena:

"A gente viu tudo meio que como vultos. Foi quando ouvimos o barulho e fomos abrir a persiana para ver. Começamos a perceber a movimentação e conseguimos ver o rapaz. A gente ficou muito nervosa. Acho que foi intenso para todo mundo do curso", descreve a estudante Maria Eduarda, de 18 anos. 

Ela continuou dizendo:

"A gente vinha acompanhando a obra e já tinha percebido que eles não estavam usando equipamentos de segurança. Até que ontem (quarta feira, 13) algumas pessoas fizeram denúncia por conta disso, porque parecia que estavam quebrando sem nenhum cuidado. O trabalhador até virava o rosto para o lado para não ser atingido pelos materiais, pois eles não tinham os equipamentos de proteção", denuncia a jovem.

Licença para demolição

O imóvel tinha licença regular para demolição, e o responsável se comprometeu em apresentar a documentação à Defesa Civil ainda nesta quinta (14).

“O responsável pela empresa já se pronunciou junto à Defesa Civil. Nós o convocamos para apresentar a documentação que regulariza esse processo, a fim de identificarmos todo o histórico do que vem acontecendo [...] o proprietário informou que ainda hoje estará levando a documentação. A partir daí estaremos fazendo uma análise mais criteriosa”, disse o coronel Walace Medeiros.

O secretário de Defesa Civil de Niterói afirmou ainda que a interdição no local é preventiva e que uma vistoria será feita junto à empresa responsável para avaliar riscos remanescentes.

“Assim que identificarmos segurança total, o trânsito será liberado. Felizmente, o imóvel vizinho não foi afetado", frisou.

A calçada permanece interditada no trecho em frente ao imóvel para o trabalho das equipes e a remoção dos entulhos.