Despedida

Tradicional bloco Sinfônica Ambulante fecha o carnaval de Niterói

Folia aconteceu durante a tarde deste sábado, em Icaraí

Multidão aproveitou o último dia de folia em Niterói
Multidão aproveitou o último dia de folia em Niterói |  Foto: Divulgação

O carnaval se despediu de Niterói, neste sábado (17), com o tradicional desfile da Sinfônica Ambulante que, este ano, aconteceu junto com o Bloco “Não é Não”, organizado pela Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim), da Prefeitura de Niterói. A folia aconteceu durante toda a tarde, na Orla da Praia de Icaraí. A parceria dos blocos veio para conscientizar as pessoas sobre os assédios e abusos que ocorrem com as mulheres durante o carnaval.

A coordenadora da Codim, Thamyris Elpidio, explica que o bloco mostra que a união do poder público com a sociedade civil é tão boa que pode inclusive dar em festa, onde todas as pessoas podem ser felizes e respeitadas. Para ela, essa é uma mensagem indispensável que deve ser parte do enredo do carnaval: a possibilidade de celebrar livre de desconfortos e medos por ser mulher.

Nessa edição, junto de um dos principais blocos da nossa cidade, a Sinfônica Ambulante, nossa mensagem principal é o acesso pleno das mulheres à cultura, à arte, à diversão e ao direito de não sofrerem nenhum tipo de violação" Thamyris Elpidio, coordenadora da Codim
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"Do ponto de vista cultural, temos a garantia da alegria como expressão do nosso povo, das nossas mulheres podendo viver e celebrar, principalmente em ambientes seguros. Vale lembrar que depois do não, tudo é importunação sexual. É assédio”, explica Thamyris.

Com o enredo “Carnaval com diversão e sem importunação”, o bloco contou com distribuição de coletores menstruais, absorventes reutilizáveis e camisinhas. Além disso, houve uma oficina de adereços de cabeça de carnaval com a aderecista Wyna Castanheira e outra de customização de abadás e camisas, com Quelli Quintana.

Uma das idealizadoras do bloco, membro do Conselho Municipal de Mulheres e ex-coordenadora da Codim, Fernanda Sixel explica que o Bloco “Não é Não” surgiu há cinco anos de uma iniciativa conjunta da Coordenadoria com o Conselho Municipal de Política para as Mulheres.

“Buscamos dar visibilidade ao grande número de assédios e abusos que ocorrem contra as mulheres no período da folia. Carnaval é uma grande manifestação popular da alegria, mas também é momento de conscientização sobre os nossos direitos. Mais do que ‘não é não’ é ter a consciência de que só o sim é sim. Porque é necessário ter o consentimento, a consciência da mulher. E que todas as mulheres possam curtir a festa sem serem assediadas, importunadas, constrangidas, e que tenhamos, no carnaval ou fora dele, uma vida sem violência”, afirma Fernanda Sixel.

A foliã Bruna Corrêa, de 34 anos, destacou a importância de se falar da luta contra o assédio em um bloco de carnaval.

“É essencial porque, no período de carnaval, embora a gente queira se expressar, colocar uma roupa mais leve, isso é interpretado muitas vezes pela masculinidade como uma autorização para que nos assediem, toquem no nosso corpo sem que a gente queira. Então essas ações são fundamentais, bem importantes, deixam a gente bem à vontade para curtir o carnaval”, afirmou.

A opinião é corroborada por Maria Eugênia de Moraes, de 29 anos, também presente no bloco.

“A gente vive numa sociedade patriarcal e sofre isso constantemente. Então a gente precisa reforçar sempre que não é não e que as mulheres tem lugar, tem voz e tem poder de decisão”, reforçou.

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