Transformação

Uniformes de operários navais 'viram' estojos escolares; confira

Iniciativa sustentável acontece em Niterói

Os estojos foram entregues a alunos da rede municipal
Os estojos foram entregues a alunos da rede municipal |  Foto: Divulgação

Macacões usados por trabalhadores, que fazem operações de abastecimento marítimo, estão sendo transformados em estojos para alunos da rede municipal de ensino de Niterói. Os uniformes também "viram" ecobags, e tudo é confeccionado por costureiras de ONG de mulheres também da cidade.

Segundo a empresa dinamarquesa Bunker One, a iniciativa sustentável denominada ESG (sigla em inglês que significa Ambiental, Social e Governança) recebeu certificados da Prefeitura de Niterói por boas práticas em neutralização de carbono.

Ainda de acordo com a empresa, os primeiros 250 estojos, recheados com lápis de cor, foram entregues na semana passada (dias 14 e 15) aos alunos da Escola Municipal Heitor Villa Lobos, na Ilha da Conceição, Zona Norte de Niterói.

Os alunos também participaram de oficinas de reciclagem |  Foto: Divulgação

Cerca de 200 crianças, de 7 a 10 anos, também participaram de uma oficina para aprender técnicas de reaproveitamento de material, fazendo chaveiros com retalhos e, principalmente, de conscientização sobre o papel individual na questão ambiental.

A aula foi ministrada por Vanessa Fraga, membro da Comissão de Direito da Moda da OAB-Niterói e responsável pelo Charlotte Brechó, referência em upcycling, também certificado pela Secretaria do Clima de Niterói por boas práticas de neutralização de carbono e parceiro da Bunker One no projeto.

O evento aconteceu no Centro Social Urbano (CSU) da Ilha da Conceição e contou com a participação do secretário municipal do Clima, Luciano Paez.

“Estamos concluindo a segunda etapa de um projeto que tem impacto direto no meio ambiente e na comunidade onde operamos. Além de colocarmos em prática a meta de desperdício zero, reaproveitando 100% do tecido dos uniformes, contribuímos para a geração de renda das mulheres da região e o resultado do trabalho delas tem impacto direto para alunos da região. Aliando essas ações a boas práticas de governança, seguimos comprometidos com os pilares ESG”, afirmou o CEO da Bunker One, Flavio Ribeiro.

Geração de renda

Gerar renda e movimentar a comunidade de Niterói, onde fica a base de operações da Nova Offshore, subsidiária da Bunker One, estão no cerne do projeto ESG. Por isso, a transformação dos uniformes em novas peças é feita pelas costureiras da ONG Mulheres do Sul Global, negócio social da cidade que busca empoderar economicamente mulheres refugiadas e em situação de vulnerabilidade.

Antes disso, o material é higienizado por uma empresa especializada. Assim, as vestimentas chegam limpas às mãos das costureiras, sem qualquer resíduo químico da cadeia de óleo e gás.

Além de fornecer o material para a confecção de estojos e bolsas, a Bunker One remunera a ONG por peça produzida, garantindo que ao menos 60% do valor fique diretamente com as costureiras. As primeiras entregas ocorreram em setembro.

A expectativa é manter um fluxo de produção constante, já que a meta é desperdício zero e ainda há muito a ser transformado.

O projeto é pioneiro em termos globais na Bunker One e entrou no relatório de ESG da companhia. A expectativa é que a experiência seja replicada por outros escritórios da empresa e até mesmo por outras empresas do setor de óleo e gás. 

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