Inclusão
'Voo do orgulho' inspira famílias de autistas em Niterói
Instrutores se ofereceram para voar com as crianças
Para comemorar o Dia do Orgulho Autista, a ONG Instituto Oceano Azul, em parceria com instrutores do Clube Oceânico de Voo Livre, proporcionou uma experiência inesquecível para autistas e seus familiares, na manhã desta terça-feira (18): um voo de parapente no Parque da Cidade, em Niterói.
A iniciativa, liderada por Nathanael Azeredo, instrutor e diretor técnico da Confederação Brasileira de Voo Livre, teve como objetivo promover a inclusão, o respeito e a empatia.
"Planejamos incluir pessoas autistas no esporte, mostrando que o autismo é uma diferença, não uma doença. O mundo precisa ter médicos, advogados, juízes e até voadores de parapente autistas", explicou Nathanael.
A data é uma iniciativa da organização americana Aspies for Freedom e passou a ser celebrada no Brasil em 2005.
Um dos alunos da ONG, Pedro Armando Felino, tem 7 anos e se aventurou pulando de parapente.
Foi maravilhoso ver a felicidade do meu pequeno em realizar o sonho dele
A data foi feita para eliminar percepções negativas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), promovendo a conscientização de que ele não é uma doença, mas sim uma variação neurológica natural da diversidade humana.
Eleonour, de 22 anos, é uma das alunas da ONG. Ela tem hiperfoco em estudar e ama aprender sobre coisas diferentes. Ela falou sobre a importância da luta do Dia do Orgulho Autista.
"A sociedade está se conscientizando mais sobre as diferenças. Antigamente, pessoas autistas eram maltratadas em manicômios. Hoje, ainda precisamos conscientizar médicos, professores e advogados sobre o respeito e tratamento adequado. A minha experiência aqui tem sido muito positiva, com acolhimento e respeito no instituto".
O advogado Rafael Vitorino, vice-presidente da ONG, destacou a importância do evento: "É maravilhoso ver a felicidade dos autistas, sejam crianças, adolescentes ou adultos, ao voar. A iniciativa é incrível e esperamos que outros projetos também se inspirem para proporcionar essas experiências de inclusão", comentou Rafael.
O TEA resulta em formas únicas e atípicas de pensamento, mobilidade, interação e processamento sensorial e cognitivo, que devem ser respeitadas. Roberto Moraes, professor de Educação Física e um dos instrutores de voo, explicou a importância da inclusão na vida desses jovens.
"Quando entrei em contato com o autismo pude ouvir relatos e conhecer mais sobre a realidade das crianças. Hoje, no Dia Mundial do Orgulho Autista, temos a possibilidade de associar o esporte, que é uma excelente ferramenta de transformação, à inclusão".
Camila Canellas, mãe de um aluno autista, falou sobre o impacto positivo da ação em sua vida.
"Eu me sinto muito acolhida pelo instituto. Eles atendem, não importa sua classe social ou nível de entendimento. É um ambiente acolhedor e inclusivo, especialmente para famílias com membros neurodivergentes".
O Dia do Orgulho Autista é uma oportunidade para reforçar a importância da inclusão e do respeito às diferenças. A ação no Parque da Cidade mostrou que, com apoio e empatia, é possível proporcionar momentos inesquecíveis e promover a verdadeira inclusão na sociedade.
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