A quantidade de brasileiros que trocam o Brasil por Portugal em busca de melhores oportunidades cresce a cada ano. Só em 2017, cerca de 870 mil turistas brasileiros visitaram o país. Os brasileiros são hoje a maior comunidade de estrangeiros que moram na região. Oficialmente, são cerca de 80 mil pessoas. Os dados foram divulgados pelo escritório de estatística da União Europeia.
Fugir da crise e da violência, buscar qualidade de vida e segurança são apenas alguns dos motivos que estão levando muitos brasileiros a fazerem as malas para viver em Portugal. Atualmente o que se tem observado é um grande número de pessoas de classe média, que têm optado por viver no país fugindo da violência e da insegurança. No ano passado, o jornalista Geovanne Mendes deixou o apartamento onde mora, em Santa Rosa, zona sul de Niterói, pela aventura de uma temporada em Portugal. Ele conta que decidiu sair do Brasil pela falta de perspectivas de trabalho em todas as áreas. Morando na cidade do Porto há seis meses, faz cursinho de inglês e agora planeja aprender também o francês. “O clima é gostoso e tem história. A cidade respira passado, presente e futuro. Aqui eu consigo estudar e trabalhar”, explica.
A autorização de residência temporária tem validade de um ano. Após a primeira renovação, o documento deve ser revalidado a cada dois anos. Após seis anos de residência legal, a pessoa pode solicitar a nacionalidade portuguesa. Para obter a autorização, é preciso dar entrada no pedido ainda no Brasil, no Consulado de Portugal. Há uma série de documentos que são exigidos nessa primeira etapa, como comprovante de rendimentos e certidões negativas da Justiça.
DICAS
O jornalista dá dicas importantes para não passar dificuldades fora do país de origem. “Em qualquer lugar pra onde você for, tem que ter um planejamento financeiro. Aqui em Portugal, é obrigatório apresentar as passagens de ida e volta, e para cada dia passado no país, é exigido um mínino de 75 Euros”.
Segundo ele, outra dica fundamental é procurar o Ministério da Saúde e pedir o PB-4, um documento que formaliza o acordo entre os dois países para que brasileiros tenham alguns direitos equiparados aos portugueses, como o seguro saúde. “A saúde é pública, mas não é gratuita. Eu passei mal, precisei ir ao médico e paguei apenas 4 euros pelo atendimento. Se não tivesse o documento, gastaria infinitamente mais”, conclui.
Os brasileiros foram os que mais receberam nacionalidade portuguesa no ano de 2016. Neste ano, a nacionalidade lusitana foi concedida a pouco mais de 25 mil pessoas, entre as quais estão 8 mil brasileiros, ou seja, 31% do total.
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