Cidades
No Dia das Mães, conheça as 'Moniques' do bem
A data em comemoração ao Dia das Mães, neste domingo, dia 9, é sinônimo de amor, afeto, carinho e cuidado. Elementos primordiais numa relação maternal. No entanto, esses sentimentos faltaram à professora Monique Medeiros nos últimos meses e na fatídica madrugada do dia 8 de março, data em que seu único filho, Henry Borel, de quatro anos, foi espancado até a morte.
Para a polícia, o agressor é o namorado da mãe de Henry, o vereador pelo Rio, Jairinho, e que Monique sabia que o menino vinha sendo ameaçado pelo padrasto, no entanto, nada fez para protegê-lo. O casal foi preso no último dia 8 de abril e, na última semana, o inquérito foi encerrado, fechando uma história que chocou o país. O casal foi indiciado e a denúncia oferecida pelo Ministério Público. Eles podem pegar uma pena de até 30 anos se condenados.
Moniques
Com o nome 'Monique' associado a uma maldade inimaginável, o Plantão Enfoco reuniu histórias de mulheres que possuem o mesmo nome, mas com atitudes e sentimentos diferentes em relação aos filhos. Elas celebram a data com amor e carinho na companhia deles.
Luz da minha vida
Com o desejo de ser mãe, a farmacêutica Monique Pinheiro, de 32 anos, moradora de São Gonçalo, já estava sem esperanças após diversas tentativas de engravidar com oito anos de casamento. Quando menos esperou veio a melhor notícia que já recebeu.
"Fiz vários testes de gravidez e nenhum positivo, já havia desistido de ser mãe, me sentia muito frustrada por não realizar esse sonho meu e do meu esposo. Por fim, acabei deixando de lado e quando esqueci, comecei a passar mal, fiz o teste e descobri que estava grávida já de 18 semanas. O bebê todo formadinho e o coração batendo a todo vapor. Ela é a luz da minha vida, é a alegria que me faltava, sem dúvidas, é a minha maior missão", diz, orgulhosa, a mãe da pequena Mariana, hoje com dois anos.
"Ela é a luz da minha vida, é a alegria que me faltava, sem dúvidas, é a minha maior missão"
Farmacêutica, ela condena a mãe de Henry por dar medicamentos ao menino de maneira aleatória, informação divulgada pela polícia durante as investigações.
"Automedicação para quase nunca é recomendado, ainda mais em crianças. A irresponsabilidade dessa mãe foi algo inexplicável. Se ela realmente deu calmante para o filho de quatro anos, de fato ela já não tinha amor por ele porque ela pensou na comodidade dela e não na saúde da criança", indigna-se ela.
Cuidado e afeto
Tendo que dividir a atenção não só com os filhos, mas com outras crianças, Monique Viana Silveira, de 34 anos, passa boa parte do dia cuidando dos filhos de outros pais. Rodeada de crianças, ela é responsável por uma creche-escola, no bairro do Califórnia, em São Gonçalo, com 33 meninos e meninas. Mesmo com todas as dificuldades, ela explica que o retorno do trabalho ao entregá-los em segurança novamente aos pais é algo que não tem preço.
"Quando entrego as crianças aos pais, que confiaram seus filhos aos nossos cuidados, a gratificação é enorme"
"Aprendo muito com cada uma delas. Como toda mãe, tenho meus momentos de achar que estou fazendo tudo errado, mas logo percebo que existe algo de bom nisso tudo. Estamos unidos, nos ajudando, e quando entrego as crianças aos pais, que confiaram seus filhos aos nossos cuidados, a gratificação é enorme", explica.
Tendo que administrar e adaptar sua rotina junto com os pequenos, Monique diz que aprendeu a lidar com as diferentes personalidades e responsabilidade em cuidar de tanta criança.
"Comprar a escola foi a realização de um sonho e ao mesmo tempo um enorme desafio. Com o tempo, aprendi a entender cada personalidade, humor, e até mesmo como cada família funciona. A parte mais gostosa é ouvir, nas segundas-feiras: "Tia, estava com saudades!", derrete-se.
Primeiro Dia das Mães
Vivendo a experiência de comemorar a data pela primeira vez, a fisioterapeuta de Niterói, Monique Camelo, de 34 anos, revela que sua gravidez foi planejada e muito desejada. Casada há quatro anos, ela conta que tem motivos de sobra para passar com sua filha, a pequena Maria Clara, de apenas oito meses.
"Foi uma gravidez que planejamos muito, então ela é muito desejada e especial. Tive algumas complicações durante o parto, já que ela estava sentada quando minha bolsa estourou no dia em que fui fazer a cesárea, mas correu tudo bem e hoje temos um carinho muito especial pela Maria Clara. Por ser filha única, ela é muito paparicada e também é a primeira neta da minha mãe e por conta de tudo que aconteceu ela é muito especial", conta Monique dizendo ainda sobre sua expectativa de passar, pela primeira vez, o Dia das Mães com a pequena.
"Foi uma gravidez que planejamos muito, então ela é muito desejada e especial".
"Vai ser um dia incrível. Claro que muita coisa vai ser diferente por conta da pandemia, vai ser o meu primeiro dia das mães e só o fato dela estar comigo já vai ser um grande dia", diz.
Sobre Monique, a Medeiros, a fisioterapeuta dá o recado. "Acho inadmissível uma mãe saber que o filho está passando por tudo aquilo e não fazer nada. Eu, como mãe, não consigo nem imaginar uma coisa dessa".
São essas as histórias que oxigenam e dão sentido a um sentimento que andava perdido e que, com o caso do menino Henry, deixou a todos perplexos. Na cela do presídio, Monique, a Medeiros, poderá refletir, mas sua marca e seu estigma possivelmente não serão esquecidos pela sociedade.
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