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    O colorido da esperança no Hospital Alberto Torres em SG

    Publicado 01/10/2021 às 17:48 | Atualizado em 02/10/2021 às 9:45 | Autor: Lislane Rottas
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    Imagem ilustrativa da imagem O colorido da esperança no Hospital Alberto Torres em SG
    Brinquedoteca do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat) faz direfença no tratamento dos pacientes infantis. Foto: Marcelo Tavares

    O vai e vem de ambulâncias do Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), no Colubandê, em São Gonçalo, que chega a receber quase uma pessoa baleada por dia, não atrapalha o ambiente criado para o atendimento infantil, que é colorido e passa a sensação de estar fora de uma unidade de saúde.

    Logo antes de entrar, os pacientes são recepcionados pelo personagem do desenho Toy & Story, Wood. Ele está sentado em uma cadeira ao lado uma garrafa de álcool 70%, garantindo as medidas de proteção contra a Covid-19. A porta branca contrasta com as letras coloridas com a placa que tem a inscrição "Brinquedoteca". 

    O médico-chefe da cirurgia pediátrica, Adelmo Brandão, destaca que a brinquedoteca se constitui como um diferencial na vida das crianças internadas. 

    "É um espaço extremamente importante e me faz lembrar que quando eu era professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Nós tínhamos um professor de pediatria que não admitia ter brinquedo para as crianças. Ele dizia que se elas quisessem brincar que o fizessem em casa, pois o hospital era lugar para quem estivesse doente, ou seja, uma mentalidade retrógrada. Aqui nós temos o oposto. Um lugar para as crianças interagirem umas com as outras e com os profissionais. É um lugar onde todos ajudam e participam. E as crianças gostam tanto, que na hora que eu vou dar a alta, eles querem ficar".

    Adelmo Brandão, médico-chefe da cirurgia pediátrica

    A sala é decorada com desenhos de balões, arco-íris e outras imagens do universo infantil. Além dos brinquedos, o espaço ainda conta com um videogame que é, na maiorias das vezes, escolhido como um dos atrativos preferidos das crianças.

    Brinquedoteca do HEAT
    Paciente infantil durante atividade de jogos na brinquedoteca. Foto : Marcelo Tavares

    A brinquedista hospitalar, Rachel Caraciollo, atenta que o espaço é muito mais do que oferecer diversão para as crianças internadas.

    "Com esse trabalho a gente consegue, a pedido dos médicos, descobrir patologias. E com o 'brincar' conseguimos desenvolver a fala, os estímulos e outras questões. Quando eles chegam aqui dentro eles se sentem à vontade. As crianças conseguem contar os medos, as alegrias e tudo o que acontece lá fora", detalhou. 

    Apesar disso, Rachel relata que já chegou a descobrir casos de abusos e maus-tratos que crianças internadas tinham vivido no ambiente familiar. 

    "Tudo o que conseguimos apurar neste ambiente lúdico é repassado para a equipe médica, que detalha a situação para a Assistência Social, responsável por tomar as medidas cabíveis, como o acionamento do conselho tutelar, por exemplo. Acredito que a brinquedoteca é um diferencial na questão psicológica das crianças. Lá no leito é muito preto e branco e existe muita dor envolvida, mas aqui é diferente. Quando eles entram na sala, esquecem que estão em um hospital. Então, muitas vezes, o nosso trabalho é capaz de oferecer um desenvolvimento para um paciente que está em fase de recuperação", relatou. 

    A pedagoga Renata Silveira salientou que, além dos brinquedos, as crianças realizam atividades lúdicas enquanto permanecem no espaço.

    "Todos os brinquedos são vindos de doação. Alguns das crianças que já passaram por aqui, outros até dos próprios funcionários do hospital. Doação aqui é a palavra chave", garantiu.

    Para os pais das crianças internadas a brinquedoteca atua como uma forma de terapia. É o caso da autônoma Kelciane Chagas da Silva, que mora em Itaboraí, e está com o filho Nycolas de oito anos internado.

    "Essa é a segunda vez que ele precisa fazer uma cirurgia e tem a oportunidade de vir para o HEAT. Quando eu contei para ele que a gente precisaria voltar, a primeira coisa que ele perguntou foi sobre a brinquedoteca. Ele ama esse lugar. Até para a gente que é adulto, esse espaço ajuda muito", afirmou.

    O Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT) atende pacientes de todos os lugares do estado ou transferidos de Unidades de Pronto Atendimento.

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