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Paralisação de entregadores a partir desta sexta em Niterói

Imagem ilustrativa da imagem Paralisação de entregadores a partir desta sexta em Niterói
|  Foto: Foto : Lucas Benevides
Grupo com aproximadamente 70 entregadores promete paralisação. Foto: Arquivo/ Lucas Benevides

Um grupo com cerca de 70 entregadores de Niterói, atuante no ramo de entrega de comida pela internet, planeja paralisação dos serviços, no período de uma semana, a contar desta sexta-feira (15). Segundo a categoria, a medida serve para cobrar melhores condições de trabalho da plataforma online.

Fim de rotas duplas, reajuste acima de 8% por KM rodado, fim das entregas sem código e de transparência em desativações no aplicativo são os principais pontos levantados pelos denunciantes.

Os motoboys alegam que a taxa de serviço em R$ 5,31, fornecida pelo iFood, está abaixo do ideal. Conforme os entregadores, há uma proposta da empresa de reajuste em até 8%. Mas com isso, segundo os reclamantes, o aumento seria de apenas R$ 0,43.

"Não compensa. A gasolina está cara e o retorno é quase zero. Algumas plataformas como Lalamove e James costumam pagar R$ 7,95, independente da distância da corrida. Nós queremos o fim da rota dupla no iFood. Quando o aplicativo chega a pagar duas taxas, eles pagam entre R$ 6 e R$ 7, não passa disso. Se eu for fazer duas entregas, não me pagam R$ 10,62, que seria o certo", reclama o entregador Anderson Santana dos Santos, 39 anos.

O movimento tem apoio da Associação de Moto Entregadores e Moto Taxistas do Brasil (LIMOBRAS) e está previsto para começar às 8h, em um ato na Rua Mém de Sá, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói.

Um dos organizadores do movimento, conhecido como Santos, relata ter sido excluído da plataforma iFood, no início deste mês, sem motivo aparente. Ele também afirma que o código de segurança solicitado pelo aplicativo no momento da entrega, por vezes, não aparece aos clientes — o que gera transtornos.

"Já houve situação do cliente alegar que não havia recebido o pedido por conta do código que não apareceu. E, com isso, o entregador acabava sendo bloqueado ou tendo a conta desativada. Precisamos do fim desse código, porque funciona para uns e para outros não", acrescenta.

Ele afirma, ainda, que não há meios dos entregadores apresentarem justificativas à empresa. E pelo bate-papo do iFood, continua dizendo, as respostas só estariam chegando uma semana depois, mas sem resolução do caso.

"Eu fiquei seis anos trabalhando com o aplicativo. No sábado (2) acordei e vi no aplicativo que a minha conta estava encerrada sem razão e até hoje (14) não sei o motivo. Não tem retorno de ninguém", disse o entregador Anderson Santana.

Pesquisa

Levantamento do Instituto Locomotiva, feito a pedido da empresa, mostra as percepções dos entregadores em meio a pandemia do Covid-19 no Brasil.

O estudo apurou que 56% dos entregadores tem a atividade no aplicativo como a principal fonte de renda, sendo que para quatro em cada 10, o iFood é a única fonte de renda.

A pesquisa reuniu os relatos de 1.241 entregadores, entre homens e mulheres, coletados entre 23 e 26 de abril, em praça nacional. Metodologia: pesquisa quantitativa telefônica com questionário estruturado. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais.

O iFood ainda não retornou aos questionamentos dos entregadores de Niterói.

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