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    Prefeitura de Niterói debate o preconceito contra Pessoas com Nanismo

    Publicado 26/10/2021 às 7:32 | Atualizado em 26/10/2021 às 11:40 | Autor: Enfoco
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    Imagem ilustrativa da imagem Prefeitura de Niterói debate o preconceito contra Pessoas com Nanismo
    |  Foto: Foto: Bruno Eduardo Alves/Ascom Niterói
    O nanismo é uma condição que, no Brasil, foi reconhecida como deficiência física desde 2004. Foto: Bruno Eduardo Alves/Ascom Niterói

    No Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo, celebrado nesta segunda (25), a Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal de Acessibilidade, promoveu uma roda de conversas com Rebeca Costa, advogada e palestrante, com o tema "O Nanismo é um detalhe". O objetivo é desmistificar o preconceito contra a condição genética e conscientizar sobre oportunidades, acessibilidade e autonomia dessas pessoas.

    A secretária de Acessibilidade, Jennifer Lynn, destaca a necessidade de debater o assunto e diminuir o preconceito sofrido pelas pessoas com a condição.

    "Esse assunto é pouco discutido. Quando falamos de acessibilidade, muita gente associa ao cadeirante, mas e o nanismo? No dia-a-dia, quase nada é adaptado para eles. Existe uma grande dificuldade de acesso a transportes, escadas, banheiros e mobiliários nos mais variados espaços como por exemplo restaurantes, shopping, hotéis e até no uso de caixa eletrônico. Precisamos falar sobre o assunto como forma de chamar a atenção para a necessidade de adaptação dos espaços", analisa a secretária.

    Segundo a secretária, existem mais de 400 tipos de nanismo. A parceria com a Rebeca vai ajudar a divulgar as dificuldades que a pessoa com nanismo enfrenta em sua rotina. Durante a roda de conversas, a palestrante abordou diversos assuntos do cotidiano e reforçou que o nanismo não impede a capacidade de realizar atividades e que as pessoas precisam reconhecer quem o outro é e respeitar. Respeito é a palavra de ordem.

    "Se eu puder deixar uma mensagem é: empatia. Tenha consciência que o nanismo é um detalhe e não somos somente a nossa condição. Nós somos construídos por todas as nossas conquistas". Rebeca ainda explica que o termo anão é uma forma pejorativa de se referir às pessoas. "Anão, não! Nanismo sim!", enfatizou.

    Rebeca também abordou, de forma incômoda, como a mulher com nanismo é vista como um fetiche. "Podemos ser sensuais e ser vistas dessa forma, mas não como um produto ou objeto de curiosidade".

    O assunto foi reforçado pela secretária da Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres, Fernanda Sixel, que explicou que essa é uma forma de violência contra a mulher e por isso é tão importante que se tenha conhecimento das diferentes formas de violência e entendimento que não é só violência física que precisa ser denunciada.

    "Desmistificar o que é violência é muito importante. As pessoas associam a violência física, mas na verdade tem outras esferas de violência que podem não estar visíveis na pele, mas elas atingem deixam marcas na alma, no psicológico e no comportamento", disse Fernanda.

    O nanismo é uma condição que, no Brasil, foi reconhecida como deficiência física desde 2004 e teve a data marcada como Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo em 2017, por meio da Lei 13.472.

    O nanismo é um transtorno causado pela falta de crescimento, que resulta em uma pessoa de baixa estatura se comparada a outras pessoas da mesma idade e sexo. Os dois tipos de nanismo mais frequente são: nanismo proporcional ou pituitário, quando todas as partes do corpo são menores que o normal; e nanismo desproporcional ou acondroplásico, que é uma síndrome genética que impede o crescimento normal dos ossos longos (fêmur e úmero, especialmente) e faz com que as diferentes partes do corpo cresçam de maneira desigual.

    A caçula de uma família e com mais três irmãos, Mariza Calazans, é auxiliar administrativa da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos de Niterói há quase 30 anos. A gigante de 1,0m de estatura conta que superou as limitações e leva uma vida quase normal.

    "Minhas maiores dificuldades são na rua. Não consigo pegar ônibus, por exemplo. Vejo que falta informação. No trabalho, tenho mesa e cadeira adaptados para mim. Minha maior dúvida era saber se poderia ser mãe. Casei, engravidei e com acompanhamento consegui levar a gestação até os 8 meses porque o médico avisou que o bebê era muito grande. Minha filha está completando 30 anos, ela é imensa! Meu relacionamento sofreu muito preconceito no início, mas meu marido é maravilhoso e me mostrou que eu podia ser amada e sempre me valorizou. Também tenho boa referência da minha família que não me tratou diferente dos meus irmãos, nunca tive privilégios. Então acho que tudo vem da informação e do respeito", explicou Mariza. 

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