Uma estimativa levantada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê que, de 2023 a 2025, cerca de 73 mil casos de câncer de mama serão notificados no país, em cada um dos três anos. Para combater a doença, a campanha do Outubro Rosa, já amplamente conhecida, é realizada em todo o Brasil para promover mutirões de exames e consultas, além de palestras sobre prevenção. Rio, Niterói, São Gonçalo e Maricá divulgaram suas programações.
No Brasil, o câncer de mama é a segunda doença que mais afeta mulheres, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma. E que também mata. Conforme o Inca, em 2021, cerca de 18 mil pessoas morreram devido à doença. Apesar dos dados serem preocupantes, o câncer de mama tem cura se descoberto na fase inicial.
De acordo com a ginecologista e mestre em saúde da mulher, Nathalie Raibolt, o melhor tratamento é aquele que é feito o mais precocemente possível.
"É importante entender que, mesmo não podendo evitar, podemos fazer a detecção precoce, quando ele ainda é muito pequeno e ainda não se formou um nódulo. Este é o nosso objetivo nos programas de rastreio de câncer. Neste cenário, a depender das características do tumor, a cirurgia de retirada da lesão, associada ou não a medicação que bloqueia o efeito dos hormônios, pode ser suficiente", explica.
Quanto mais cedo o tumor for identificado, menores serão os impactos do tratamento na saúde da mulher Nathalie Raibolt, ginecologista
Raibolt explica ainda que ainda não existem estudos precisos que expliquem o aumento nos casos de câncer em mulheres com menos de 40 anos, idade prevista para dar início aos exames de mamografia que identificam a doença.
"O que sabemos é que, nestes casos, é frequente a identificação de fatores genéticos e história familiar positiva. As mamografias devem ser feitas em intervalos anuais a partir dos 40 anos em mulheres que não tenham história familiar. Quando há história na família e o parente é de primeiro grau, mãe, irmã, pai, a mulher deverá iniciar o rastreio 10 anos antes da idade em que foi diagnosticado primeiro câncer na familia", pontua.
Autoexame
A especialista destacou ainda que a prática de autoexame não é mais o recomendado, já que pode acarretar medo, preocupação e pouco diagnóstico.
"De alguns anos para cá entendemos que o auto-exame, feito com uma técnica específica, acaba gerando muita ansiedade e poucos diagnósticos. Hoje, falamos da importância do toque e percepção das próprias mamas. A ideia é que, se você toca sua mama com frequência, conhece bem como ela é, saberá identificar caso apareça algo diferente que não tinha antes", ressalta.
Por fim, a ginecologista destaca outros cuidados. "O câncer pode acontecer por múltiplos fatores. Algumas a gente conhece bem, mas nem sempre conseguimos identificar o fator predisponente para um caso individual. Dos que estão no nosso controle, o mais importante é o estilo de vida. Se você não fumar, evitar ingestão de bebidas alcoólicas, alimentação saudável e atividade física regular, terá menos chances de ter câncer de mama".
Mulheres do Rio e Região Metropolitana devem ficar ligadas nas programações do Outubro Rosa que serão promovidas nas cidades.
Rio
No Rio de Janeiro, a cidade tem o mês dedicado para a conscientização do câncer de mama, como também o combate ao câncer no colo do útero. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou, que ao longo do mês. serão promovidas atividades e serviços em todas as unidades de Atenção Primária, como clínicas da família e centros municipais de saúde.
Serão atividades de orientação e promoção à saúde, além de abrir agendamento para exames de diagnósticos. A programação completa pode ser conferida aqui.
Segundo a superintendente da Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde, Larissa Terrezo, o câncer de mama mata muitas mulheres em todo o mundo e a identificação precoce é importante para o sucesso do tratamento e para a cura.
“Apesar de se tratar de uma campanha que ocorre no mês de outubro, todas as unidades de Atenção Primária estão prontas ao longo de todos os meses do ano para receber as mulheres nas faixas etárias indicadas para a realização da mamografia (entre 50 a 69 anos) e da coleta do exame preventivo do colo uterino (25 a 64 anos). O nosso trabalho para a ampliação do rastreamento deve ser diário”, explicou a superintendente Larissa Terrezo.
Niterói
Já em Niterói, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o tratamento de câncer de mama e no colo do útero é parte do “Programa Niterói Mulher”, uma estratégia de controle e acompanhamento do câncer, que faz parte do projeto “Programa Navegadores”, junto com uma ampliação da oferta de cirurgias de câncer de mama e no colo do útero.
Para iniciar o processo de assistência, as moradoras de Niterói devem procurar a unidade de saúde da Rede Básica de Saúde de sua referência para uma avaliação inicial e, se necessário, solicitar exames adicionais. Caso haja suspeita de doença, a paciente será encaminhada para a Policlínica de Especialidades em Atenção à Saúde da Mulher - conhecida como Malu Sampaio - onde o diagnóstico será realizado.
O projeto visa humanizar e acompanhar o atendimento de mulheres que enfrentam câncer de mama e colo de útero. As mulheres receberão apoio e orientação de profissionais de saúde em todas as fases do tratamento dentro da Rede de Atenção à Saúde, começando pelo diagnóstico. Essa iniciativa é realizada em parceria com a Fundação do Câncer.
“As cirurgias são realizadas no Hospital Municipal Oceânico Dr Gilson Cantarino. O tratamento de radioterapia e quimioterapia acontecem na Oncomed e, em alguns casos, no Hospital Universitário Antônio Pedro. Para realização do exame de mamografia, a unidade de referência faz a marcação. O município realiza o exame na Policlínica de Especialidades Sylvio Picanço, no Hospital Municipal Oceânico Gilson Cantarino e na clínica Cazes. O hospital também disponibiliza exames aos sábados”, afirma a Secretária Municipal de Saúde.
São Gonçalo
Em São Gonçalo, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil informa que os três primeiros sábado do mês de outubro (7, 21 e 28) e também no dia 11 de novembro, o Espaço Rosa irá realizar mutirões dos exames de ultrassonografia mamária para todos os pacientes que aguardam na fila da Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo.
Além disso, nesses dias serão oferecidas mamografias e preventivos. Todos os exames extras realizados nesses dias serão para mulheres que aguardam na fila da Central.
Para entrar na fila da Central de Regulação visando à realização de exames, as pacientes têm a opção de procurar qualquer unidade de saúde próxima à sua residência, desde que estejam munidas dos seguintes documentos: pedido médico do SUS, comprovante de residência com até três meses de emissão, cartão do SUS, identidade e CPF. Caso não disponham de um pedido médico, podem simplesmente agendar consultas nos postos de saúde e solicitar o encaminhamento. As unidades de saúde inserirão as informações das pacientes no sistema da Central de Regulação, que entrará em contato por telefone para informar a data da marcação do serviço.
“Os tratamentos são realizados no Espaço Rosa e no Centro de Oncologia, ambos no Zé Garoto. O Espaço Rosa também agenda consultas. As cirurgias são realizadas no Hospital do Câncer e do Coração (HCCOR), em Lagoinha. Todos são agendados através da Central de Regulação”, informou a Secretaria Municipal de Saúde de São Gonçalo.
Maricá
A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde, comunicou que as 26 Unidades de Saúde da Família (USF) distribuídas em todos os distritos da cidade representam o ponto de partida para tratamentos, exames e consultas.
Cada uma dessas USFs tem a responsabilidade de oferecer assistência em saúde à população registrada, abrangendo atividades de prevenção, diagnóstico, tratamento e manutenção do bem-estar. A fim de acessar os serviços, os interessados devem dirigir-se à USF que lhes serve como referência.
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