Cidades

Quase um ano de obras atrasadas e transtornos em Piratininga

Extensa poça d'água impede o livre acesso dos moradores. Foto: Ezequiel Manhães

Moradores e comerciantes que residem na Estrada Frei Orlando, principal via de acesso ao bairro do Jacaré, na Região Oceânica de Niterói, reclamam das obras inacabadas de pavimentação e drenagem previstas para serem entregues, inicialmente, em dezembro do ano passado. 

Segundo moradores, são vários os problemas enfrentados por quem vive na região, entre eles buracos, bolsões d’água e consequentemente um grande acúmulo de lama - o que prejudica diariamente o livre acesso. 

A comerciante Ana Fabrícia, de 40 anos, reclama que com a chuva do último fim de semana, por exemplo, o seu estabelecimento comercial foi invadido pela água.

“Passei um sufoco aqui dentro. Eles [funcionários da obra] fizeram uma calçada na última sexta-feira (20) e colocaram a caída para dentro do meu bar. A rua encheu e vazou aqui para dentro. Eu tive que cavar um buraco embaixo do meio-fio, que dava vazão para a rede de esgoto. O portão da minha vizinha quase não abre por conta da altura que fizeram também”, relata a moradora.

O ponto-chave das reclamações é o retardamento da finalização dos reparos. De acordo com as denúncias, os funcionários já atuam na localidade há um ano e três meses.

“Um rapaz que atua aqui falou para o meu esposo que até o final do ano eles entregam a obra com o asfalto pronto. Vamos aguardar”, finalizou Ana Fabrícia. 

Conforme previsto pela Prefeitura de Niterói, as intervenções são realizadas em um trecho de aproximadamente dois quilômetros que ainda não conta com asfalto. O investimento total gira em torno dos R$ 4 milhões. 

Edimar Lúcio, de 42 anos, lamenta a situação de sua rua. Foto: Ezequiel Manhães

Para o deficiente físico Edimar Lúcio, de 42 anos, a situação é ainda mais delicada. Ele é cadeirante e se locomover na região é uma tarefa desafiadora.

Junto a sua esposa Ana Fabrícia, comentou que na mesma rua existe um outro rapaz com as mesmas condições enfrentadas por ele.

“O vizinho quase não sai de casa por conta dos buracos”, frisou Edimar — que embora tenha a mobilidade reduzida, ainda consegue seguir com os seus afazeres. 

Promessa

A antiga proposta de asfaltamento já deixou moradores da localidade sem esperança, como é o caso de um estudante de 24 anos, que preferiu não ser identificado. Ele reside em um trecho considerado por ele como ‘em melhores condições’ - se comparado a outros espaços -, mas o rapaz explica que vizinhos sofrem com problemas relacionados a obra. 

“São verdadeiras poças d’água. As obras deveriam ser entregues no Natal do ano passado. Não existe uma estrutura para a gente passar aqui. As calçadas também estão sujas, com materiais nas portas das casas durante todo esse tempo. Não há uma preocupação. Eles fazem em um ponto e depois fazem em outro”, comentou.

Ele revelou ainda que a sua irmã, de 21 anos, chegou a cair de uma escada feita pelos funcionários, na porta de casa. Na ocasião, ela quebrou uma perna.

“Eles alegaram que tinham deixado a escada do mesmo jeito, sendo que eles fizeram um degrau maior do que o outro”, denunciou.

Apesar de todo o cenário, os moradores dizem que a equipe de obras, mudada há cerca de três meses, tem contribuído de forma mais positiva, com relação ao primeiro grupo de trabalho.

“A infraestrutura dessa equipe está melhor e andando mais, ainda que não seja o suficiente”, destacou o estudante. 

Procurada, a Prefeitura de Niterói informa que a Empresa Municipal de Moradia Urbanização e Saneamento (EMUSA) realiza toda a rede de drenagem para posterior realização de pavimentação. A previsão é de que a obra seja concluída em dezembro.

Segundo a Prefeitura, o trabalho também terá importante papel no processo de renaturalização do rio Jacaré, que fica na localidade, já que a obra permitirá que a água chegue ao rio sem sedimentos, finalizou o Executivo, por meio de nota.

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