Sinal de alerta

Caso de dengue do tipo 4 é confirmado no Rio após cinco anos

Mulher de 45 anos começou a apresentar sintomas em novembro

O caso foi o primeiro registrado após 2018 na cidade do Rio
O caso foi o primeiro registrado após 2018 na cidade do Rio |  Foto: Divulgação

A Secretaria de Estado de Saúde recebeu, nesta quinta-feira (7), a confirmação do primeiro caso de dengue tipo 4 na cidade do Rio de. Trata-se de uma mulher, de 45 anos, residente da capital fluminense, que teve a amostra confirmada pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ) após três protocolos de análise diferentes.

A paciente teve início de sintomas no dia 26 de novembro e segue com os cuidados e tratamento em sua residência. A SES-RJ informou o resultado da análise ao município do Rio de Janeiro logo após a conclusão do laboratório.

“A dengue tipo 4 é menos agressiva do ponto de vista clínico que a do tipo 3, que ainda não circula em nosso estado. A diferença é que como ele volta a circular em nosso território após 5 anos, os que nasceram após o ano de 2018 não tiveram contato com o vírus e não desenvolveram imunidade contra ele, o que aumenta o risco de termos uma epidemia. Por isso estamos antecipando ações preventivas junto aos municípios com capacitação técnica, estabelecendo fluxos de atendimento e cuidado no manejo de pacientes”, afirma a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.

O tipo 4 tem os mesmos sintomas dos outros circulantes no estado (tipos 1, 2 e 3): febre, dores de cabeça, dores no corpo e articulações, náuseas e vômitos, podendo ainda surgirem manchas vermelhas na pele. O tratamento é feito da mesma forma para os quatro tipos, com repouso e hidratação.

“Estamos atentos para a possiblidade de crescimento de casos, uma vez que o tipo 4 não circula desde 2018 no estado do Rio, e também temos a possiblidade do surgimento do tipo 3 já identificado em outros estados do Sudeste”, destaca a secretária, dizendo que a população precisa estar ciente dos cuidados para evitar a proliferação dos focos do mosquito Aedes aegypti.

SES-RJ atua na capacitação de profissionais e disponibilizará equipamentos para suporte aos municípios

A Secretaria de Estado de Saúde já tem realizado capacitação de médicos e enfermeiros dos municípios para o atendimento clínico aos casos de dengue, medida considerada crucial em um cenário de epidemia.

Também adquiriu e tem à disposição equipamentos para montagem de salas de hidratação nas cidades que solicitarem suporte. Foram adquiridas cadeiras, longarinas e bebedouros. Os estoques de soro, antitérmicos e analgésicos também receberam reforço, embora a compra desses itens seja feito diretamente pelas secretarias municipais de saúde.

A SES-RJ também está pronta para reforçar o atendimento nas 25 UPAS estaduais com a montagem de salas de hidratação e fluxo específico. Na terça-feira (5), técnicos da SES-RJ participaram de um treinamento no Ministério da Saúde com a participação da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) sobre o manejo clínico de pacientes de dengue.

“Assim como os sintomas, o manejo clínico da dengue tipo 4 é o mesmo dos tipos 1, 2 e 3 desde a avaliação às recomendações de tratamento”, disse Daniela Vidal, médica da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES-RJ.

Principais sintomas dos tipos 1,2,3 e 4

Os principais sintomas da dengue são: febre alta (> 38°C); dor no corpo e articulações; náuseas e vômitos dor atrás dos olhos; mal-estar; falta de apetite; dor de cabeça; manchas vermelhas no corpo .

No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), apresentar quadro leve, sinais de alarme e de gravidade. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (>38°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele. Também podem acontecer erupções e coceira na pele. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.

Tratamento

  • Para os casos leves com quadro sintomático recomenda-se:
  • Repouso relativo, enquanto durar a febre;
  • Estímulo à ingestão de líquidos;
  • Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
  • Não administração de ácido acetilsalicílico;

Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em caso de sinais de alarme.

Os pacientes que apresentam sinais de alarme ou quadros graves da doença requerem internação para o manejo clínico adequado. Ainda não existe tratamento específico para a doença. A dengue, na maioria dos casos leves, tem cura espontânea depois de 10 dias. É importante ficar atento aos sinais e sintomas da doença, principalmente aqueles que demonstram agravamento do quadro, e procurar assistência na unidade de saúde mais próxima.

O indivíduo pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso ocorre porque pode ser infectado com os quatro diferentes sorotipos do vírus. Uma vez exposto a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, o indivíduo passa a ter imunidade para aquele sorotipo específico, ficando ainda suscetível aos demais.

Prevenção

O controle do vetor Aedes aegypti é a melhor forma de prevenir a dengue e outras arboviroses urbanas (como chikungunya e Zika), seja pelo manejo integrado de vetores ou pela atuação da população, eliminando os focos do mosquito em seus domicílios e quaisquer outros espaços de vivência, como o local de trabalho, igrejas, centros espíritas, e escolas.

Deve-se reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação de criadouros, sempre que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas, capas, tampas, impedindo depósito de ovos do mosquito Aedes aegypti.

Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão. A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti pica principalmente durante o dia, e mais frequentemente entre 6h e 10h e entre 16h e 20h.

< MARICÁ (RJ) RIO DE JANEIRO (CAPITAL) <