Denúncia
Deputada Talíria Petrone registra ocorrência contra ameaça de morte
Caso será investigado por delegacia especializada, no Rio
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL/RJ) informou que registrou, na tarde desta terça-feira (30), na Delegacia Especializada em Crimes Raciais (Decradi), no centro do Rio, as ameaças de morte e os ataques racistas e misóginos que ela relatou ter recebido por e-mail, na segunda (29). A Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e o Ministério Público Federal (MPF) também foram acionados para o caso, de acordo com a parlamentar.
“Diante de tantas propostas para melhorar a cidade e dos feitos do mandato, é lamentável ser obrigada a lidar com ameaças e tentativas de interdição. Nada vai me impedir de ser uma mulher negra que faz política por completo: decide os rumos da cidade, discute orçamento público, economia, educação”, afirmou a deputada.
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Como candidata à Prefeitura de Niterói (RJ), Talíria Petrone reveou ainda que tem recebido intimidações que exigem a retirada de sua candidatura e sua saída da política, assinadas supostamente por um homem.
“Queremos paz na política. Vamos buscar responsabilizar seriamente o criminoso. Essa mensagem tenta limitar as mulheres à condição de vítima, porque sabem da nossa força. Mas não vamos nos limitar a essa pauta, pois temos propostas para a cidade e queremos ser livres para ocupar espaços Brasil afora”, concluiu a deputada, que teve seus filhos e sua rotina detalhada na mensagem recebida.
Histórico de ameaças
Talíria Petrone enfrenta ameaças persistentes desde que se tornou vereadora de Niterói, em 2016, simultaneamente a Marielle Franco, sua companheira de partido executada em 2018, que se elegeu no Rio de Janeiro. As ameaças contra sua integridade física ou vida são constantes, realizadas por meio de redes sociais e e-mails, e há inquéritos abertos devido a ameaças oriundas da milícia do Rio de Janeiro.
Devido ao caráter preocupante de algumas dessas ameaças, a deputada é acompanhada 24 horas por escolta policial e faz parte do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.
A Polícia Civil confirmou que o caso será investigação pela Decradi sob sigilo. Já a Polícia Federal disse que não divulga informações sobre eventuais investigações em andamento.
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