O Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou, nesta terça-feira (12), que irá iniciar a divulgação semanal de um boletim epidemiológico da dengue nas nove regiões do estado ainda esta semana. A análise dos técnicos indicou uma tendência de aumento significativo no número de casos da doença, que já está consideravelmente acima das expectativas para o momento.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) será responsável por disponibilizar o boletim, visando a atualização dos dados da doença nos 92 municípios fluminenses. Isso inclui a avaliação da tendência do número de casos elaborada pelos técnicos do Centro de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde, parte integrante do Centro de Inteligência em Saúde da SES (CIEVS/CIS-RJ).
Segundo o Governo, o modelo de análise estima o dobro de casos que deveriam constar no sistema de notificação, mas ainda não foram registrados devido ao atraso na notificação.
"Com a identificação do tipo 4 e com o possível surgimento do tipo 3, estamos ainda mais alertas para possíveis epidemias. Seguimos atuantes junto aos 92 municípios para que, caso o cenário piore, as respostas sejam assertivas e rápidas, minimizando os impactos causados à população e, principalmente, para evitar óbitos", afirmou a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
De acordo com o boletim atualizado nesta terça-feira (12), na Região Metropolitana I, observa-se o maior atraso nas notificações, sendo Mesquita, Nova Iguaçu, Itaguaí e a cidade do Rio de Janeiro os municípios com o maior número de casos para esta época do ano.
"Esses municípios estão apresentando uma tendência de crescimento rápido e demora no registro no sistema", explicou Mello.
Até a última segunda-feira (11), o Estado do Rio registrou 43.205 casos da doença, com 2.481 internações e 26 óbitos. Na quinta-feira passada (7), a Prefeitura do Rio informou que uma mulher de 45 anos contraiu a dengue tipo 4, sendo o primeiro caso desta variante desde 2018.
Análise por região
- A Região Litorânea apresenta atraso nas notificações e estabilidade, mantendo um número alto de casos. Os municípios de Rio das Ostras e São Pedro da Aldeia estão com um padrão de casos muito acima do esperado durante todo o ano e no período atual. Rio das Ostras possui um atraso significativo nas notificações, com tendência crescente.
- A Baía da Ilha Grande (BIG) não apresenta atraso nas notificações. As cidades de Angra dos Reis e Mangaratiba têm um padrão fora do esperado para esta época do ano.
- A Região Centro Sul também apresenta importante atraso nas notificações, com tendência de crescimento, sendo Três Rios o município com o maior número de casos em atraso.
- O Médio Paraíba não apresenta atraso nas notificações. Apenas Resende apresenta uma tendência de aumento de casos.
- A Metropolitana II chama a atenção por não ter apresentado aumento de casos de dengue em 2023.
- As Regiões Serrana, Norte e Noroeste não apresentam tendência de aumento ou municípios fora do padrão, exceto Santo Antônio de Pádua (Noroeste), que apresenta tendência de crescimento, segundo o modelo de atraso nas notificações.
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