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    Júri popular

    Família de Marielle protesta na porta do Tribunal: 'Muita dor'

    Cartazes pedem condenação dos executores do crime

    Publicado 30/10/2024 às 9:29 | Atualizado em 30/10/2024 às 11:49 | Autor: Lucas Luciano
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    Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial do Brasil e irmã de Marielle Franco
    Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial do Brasil e irmã de Marielle Franco |  Foto: Lucas Alvarenga

    "Quase sete anos de muita dor, de um vazio". Esse é o sentimento compartilhado por Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, na porta do Tribunal de Justiça do Rio, na manhã desta quarta-feira (30).

    Às 9h, foi dado início ao julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de assassinar Marielle e o motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.

    Familiares e diversos movimentos sociais do estado do Rio se reuniram no início do dia em um protesto em frente ao local, poucas horas antes do início do julgamento.

    Familiares e diversos movimentos sociais se reuniram na porta do TJRJ
    Familiares e diversos movimentos sociais se reuniram na porta do TJRJ |  Foto: Lucas Alvarenga

    Organizado pelo Instituto Marielle Franco, o ato contou com a presença de mães que perderam seus filhos devido à violência policial, além de ativistas sociais e organizações de direitos humanos.

    Com cartazes e girassóis nas mãos, símbolo associado à memória de Marielle Franco, os manifestantes exigiam justiça e respostas para o duplo assassinato, que, seis anos após o crime, ainda gera indignação.

    “Quase sete anos de muita dor, de um vazio, de uma mulher que lutava exatamente contra isso e que foi assassinada da maneira que foi. Mas a gente sempre se manteve muito firme, mesmo diante das dificuldades. Hoje, o simbolismo da palavra justiça vai muito além do que vai acontecer. É a certeza de que a gente lutou muito e que vamos seguir lutando não somente pela Mari e pelo Anderson, mas por todos que virão, pelas minhas filhas, pelas minhas netas e por todas as gerações que estão aí, pra que a gente tenha um lugar mais seguro”, afirmou Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial do Brasil e irmã de Marielle Franco.

    Manifestantes estavam com cartazes e girassóis nas mãos
    Manifestantes estavam com cartazes e girassóis nas mãos |  Foto: Lucas Alvarenga

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    • Familiares e movimentos sociais chegaram cedo para aguardar o início do julgamento dos réus
      Familiares e movimentos sociais chegaram cedo para aguardar o início do julgamento dos réus | Foto: Lucas Alvarenga
    • Familiares e movimentos sociais chegaram cedo para aguardar o início do julgamento dos réus
      Familiares e movimentos sociais chegaram cedo para aguardar o início do julgamento dos réus | Foto: Lucas Alvarenga

    Durante a sessão, serão ouvidas nove testemunhas, sendo sete indicadas pelo Ministério Público estadual e duas pela defesa de Ronnie Lessa. A defesa de Elcio Queiroz desistiu de ouvir as testemunhas que havia requerido anteriormente.

    Os dois acusados participarão do júri popular por videoconferência diretamente das unidades onde estão presos. Ronnie Lessa está na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Já Élcio está no Centro de Inclusão e Reabilitação, em Brasília. Algumas testemunhas também poderão participar de forma virtual da sessão do júri.

    O Juízo solicitou às partes envolvidas no processo que apenas compareçam em plenário as pessoas que efetivamente participarão do júri. A medida visa evitar aglomeração e tumulto, em razão da grande repercussão pública do caso.

    Relembre o caso

    Marielle Franco tinha pouco mais de um ano de mandato como vereadora quando foi assassinada, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, na noite de 14 de março de 2018. Ela voltava de um encontro de mulheres negras na Lapa, quando seu carro foi alvejado, atingindo fatalmente também o motorista dela, Anderson Gomes.

    A assessora da parlamentar, que estava ao lado de Marielle, foi ferida por estilhaços. Os 13 tiros disparados naquela noite cruzaram os limites da cidade, e a atenção internacional voltou-se para o Rio de Janeiro. A morte de uma representante eleita pelo povo foi entendida por setores da sociedade como um ataque à democracia.

    O crime deu início a uma complexa investigação, envolvendo várias instâncias policiais. Depois de muitas reviravoltas, chegou-se à prisão dos ex-PMs Ronnie Lessa e Elcio Queiroz. Mas o desfecho do caso só começou a ser vislumbrado em 2024, com a prisão dos suspeitos de serem os mandantes, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, além do chefe da Polícia Civil na época da morte, o delegado Rivaldo Barbosa. O processo que envolve os supostos mandantes está no Supremo Tribunal Federal.

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