Luto
Ícone do fotojornalismo, Evandro Teixeira morre aos 88 anos
Família disse que ele teve falência dos órgãos por pneumonia
Um dos mais icônicos nomes do fotojornalismo brasileiro, Evandro Teixeira, morreu nesta segunda-feira (4), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. O fotógrafo, amplamente premiado e conhecido por suas imagens impactantes que capturaram a história do Brasil e de outros países, estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul da cidade. De acordo com familiares, a causa do falecimento foi falência múltipla de órgãos, resultante de complicações de uma pneumonia.
Evandro documentou grande parte dos acontecimentos mais significativos da segunda metade do século 20. Nascido na Bahia em 1935, ele deixou Irajuba, no interior do estado, para seguir sua paixão pela fotografia. Ainda na juventude, fez um curso à distância e, em 1957, chegou ao Rio de Janeiro com uma carta de recomendação para atuar no Diário da Noite.
Pouco tempo depois, foi convidado a se juntar à equipe do Jornal do Brasil, onde permaneceu por 47 anos, tornando-se uma verdadeira referência no fotojornalismo.
Durante quase 70 anos de carreira, ele registrou eventos marcantes, como o golpe militar de 1964 e a ocupação do Forte de Copacabana em 1º de abril daquele ano. Uma de suas maiores fotos, foi registrada em 21 de junho de 1968, em uma série de manifestações contra a ditadura, centro do Rio.
Em setembro de 1973, Evandro Teixeira foi ao Chile, com sua câmera escondida, para fotografar o golpe militar no país, que culminou na morte do presidente Salvador Allende.
Durante sua passagem por lá, ele registrou fotografias que se tornaram verdadeiros documentos históricos. Algumas dessas imagens foram capturadas no Estádio Nacional, onde Evandro conseguiu documentar graves violações dos direitos humanos.
Ele também registrou outros inúmeros fatos marcantes, como a despedida de Pablo Neruda, poeta que foi um dos maiores nomes da esquerda chilena, momentos de repressão policial na Candelária após o assassinato do estudante Edson Luís, além de registros do Rei Pelé, o piloto Ayrton Senna, Rainha Elizabeth e o Papa João Paulo II.
Ainda não há informações sobre seu velório e sepultamento.
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