Copacabana
Mãe e filho são humilhados à espera de ônibus no Rio
Policiais militares precisaram intervir para ajudar
A motorista de transporte escolar, Verônica Fonseca, de 58 anos, afirma ter passado por uma situação humilhante na noite desta quinta-feira (30) ao tentar embarcar com o filho, Matheus Fonseca, de 31 anos, cadeirante, após uma consulta médica em Copacabana, Zona Sul do Rio.
Ela explica que Matheus sofre de Ataxia de Friedreich, doença degenerativa que afeta o sistema nervoso e exige cuidados especiais, incluindo o uso de um desfibrilador marcapasso. Moradores do bairro Engenho Novo, na zona norte da cidade, os dois enfrentaram dificuldades na volta para casa.
Segundo Verônica, a jornada começou quando tentaram pegar um ônibus no ponto de Copacabana, na na Avenida Nossa Senhora de Copacabana.
“Na ida, tudo correu bem, demoramos um pouco, mas conseguimos pegar um ônibus depois de quatro tentativas”, contou Veronica ao ENFOCO.
No entanto, a volta foi bem diferente. A mãe do rapaz afirma que o primeiro ônibus a passar, da empresa Verdun, linha 455, estava com o elevador para cadeirantes quebrado, segundo alertou o motorista. O mesmo ocorreu com o segundo ônibus, e com o terceiro, que não pararam.
Horas de espera
A espera começou a ficar insuportável, e o nervosismo tomou conta de Veronica.
“Foram mais de duas horas esperando, com o Matheus ficando cada vez mais cansado. Eu, que estou tratando um câncer na tireoide, não posso pegar peso, então tinha que contar com a ajuda de acessibilidade dos ônibus, mas nada disso funcionou”, revelou.
Segundo ela, vários coletivos da linha 457, também da empresa Verdun, e que deveriam contar com acessibilidade, passaram com elevador inoperante.
Enquanto a situação se agravava, Veronica decidiu pedir ajuda a policiais militares que estavam próximos ao ponto.
Quando eu vi que nada estava funcionando, fui até os policiais pedir ajuda, mas os motoristas continuavam passando direto
Apenas com apoio dos policiais e somente após 20 tentativas, finalmente ela conseguiu embarcar com o filho.
“Eu e meu filho ficamos completamente molhados, e isso foi muito constrangedor. A gente já estava ali há muito tempo e o problema de acessibilidade não foi resolvido de forma nenhuma. O que aconteceu não deveria ser aceitável, é humilhante”, disse ao ENFOCO.
Segundo Verônica, ela não é a única a enfrentar problemas com a falta de acessibilidade nos transportes públicos do Rio.
Esse problema não é meu e do Matheus. Ele é de todas as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que dependem do transporte público para se locomover. Isso precisa acabar. A empresa tem que garantir que seus ônibus saiam da garagem com o elevador funcionando
Procurada pelo ENFOCO, a Rio Ônibus e a empresa Verdun, responsável pelos ônibus 455 e 457, ainda não se pronunciaram sobre a denúncia.
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