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    Copacabana

    Mãe e filho são humilhados à espera de ônibus no Rio

    Policiais militares precisaram intervir para ajudar

    Publicado 31/01/2025 às 21:52 | Autor: André Silva
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    Rapaz sofreu horas de espera para coneguir voltar para casa
    Rapaz sofreu horas de espera para coneguir voltar para casa |  Foto: Reprodução de vídeo

    A motorista de transporte escolar, Verônica Fonseca, de 58 anos, afirma ter passado por uma situação humilhante na noite desta quinta-feira (30) ao tentar embarcar com o filho, Matheus Fonseca, de 31 anos, cadeirante, após uma consulta médica em Copacabana, Zona Sul do Rio.

    Ela explica que Matheus sofre de Ataxia de Friedreich, doença degenerativa que afeta o sistema nervoso e exige cuidados especiais, incluindo o uso de um desfibrilador marcapasso. Moradores do bairro Engenho Novo, na zona norte da cidade, os dois enfrentaram dificuldades na volta para casa.

    Segundo Verônica, a jornada começou quando tentaram pegar um ônibus no ponto de Copacabana, na na Avenida Nossa Senhora de Copacabana.

    “Na ida, tudo correu bem, demoramos um pouco, mas conseguimos pegar um ônibus depois de quatro tentativas”, contou Veronica ao ENFOCO.

    No entanto, a volta foi bem diferente. A mãe do rapaz afirma que o primeiro ônibus a passar, da empresa Verdun, linha 455, estava com o elevador para cadeirantes quebrado, segundo alertou o motorista. O mesmo ocorreu com o segundo ônibus, e com o terceiro, que não pararam.

    Horas de espera

    A espera começou a ficar insuportável, e o nervosismo tomou conta de Veronica.

    “Foram mais de duas horas esperando, com o Matheus ficando cada vez mais cansado. Eu, que estou tratando um câncer na tireoide, não posso pegar peso, então tinha que contar com a ajuda de acessibilidade dos ônibus, mas nada disso funcionou”, revelou.

    Segundo ela, vários coletivos da linha 457, também da empresa Verdun, e que deveriam contar com acessibilidade, passaram com elevador inoperante.

    Enquanto a situação se agravava, Veronica decidiu pedir ajuda a policiais militares que estavam próximos ao ponto.

    Aspas da citação
    Quando eu vi que nada estava funcionando, fui até os policiais pedir ajuda, mas os motoristas continuavam passando direto
    Verônica Fonseca, motorista de transporte escolar
    Aspas da citação

    Apenas com apoio dos policiais e somente após 20 tentativas, finalmente ela conseguiu embarcar com o filho.

    “Eu e meu filho ficamos completamente molhados, e isso foi muito constrangedor. A gente já estava ali há muito tempo e o problema de acessibilidade não foi resolvido de forma nenhuma. O que aconteceu não deveria ser aceitável, é humilhante”, disse ao ENFOCO.

    Segundo Verônica, ela não é a única a enfrentar problemas com a falta de acessibilidade nos transportes públicos do Rio.

    Matheus sofre de uma doença degenerativa e precisa ser acompanhado pela mãe
    Matheus sofre de uma doença degenerativa e precisa ser acompanhado pela mãe |  Foto: Arquivo Pessoal
    Aspas da citação
    Esse problema não é meu e do Matheus. Ele é de todas as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que dependem do transporte público para se locomover. Isso precisa acabar. A empresa tem que garantir que seus ônibus saiam da garagem com o elevador funcionando
    Verônica Fonseca Mãe de Matheus
    Aspas da citação

    Procurada pelo ENFOCO, a Rio Ônibus e a empresa Verdun, responsável pelos ônibus 455 e 457, ainda não se pronunciaram sobre a denúncia.

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