Tragédia
Morte de criança em condomínio no Rio: obra tem irregularidade
Crea-RJ diz que não há registro de engenheiro responsável

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ)), Miguel Fernández, afirmou que não há registro de engenheiro responsável pela obra de reforma do Espaço Relax, no condomínio Puerto Madero, no Recreio, onde uma pilastra caiu, matando a menina Maria Luísa Oldembergas, de 7 anos.
O presidente determinou a abertura de auto de infração do condomínio, que será notificado. O síndico poderá responder por exercício ilegal da profissão, já que houve uma obra de engenharia sem um engenheiro responsável.
“Importante é colocar que o Crea fiscaliza o exercício profissional. Então nós fomos a campo verificar e confirmamos que não houve engenheiro responsável técnico pela obra de reforma naquele ambiente. Esse foi o nosso trabalho hoje de vistoria, uma ação de fiscalização. Não foi uma perícia, isso é importante ser ressaltado. A perícia cabe à Polícia Civil, que está fazendo a investigação para chegar a uma avaliação de culpa, de quem é a culpa. O Crea faz uma ação de fiscalização sobre os profissionais”, afirmou.
Na quinta-feira (6), fiscais do Crea fizeram a vistoria do local onde caiu a pilastra que matou a menina. Eles foram recebidos por um subsíndico e um engenheiro amigo do síndico, que não estava no local. Durante 40 minutos, os fiscais fotografaram o local, mas não puderam se aproximar do pilar destruído porque a área está interditada. Os fiscais examinaram a planta do condomínio, mas não foi localizado o projeto do Espaço Relax, onde há uma cobertura de madeira (gazebo), além de duas redes sustentadas por quatro pilaretes. Um deles caiu, resultando na morte da menina.
A obra do condomínio foi entregue em 2009, com o Espaço Relax previsto na planta. O local foi submetido a uma reforma recente, mas não houve registro da atuação de um profissional de engenharia.
“Toda obra, mesmo que possa parecer simples, se não tiver um engenheiro avaliando o risco, você corre o risco de ter alguma situação mais problemática que no olhar de um leigo não seja identificada. E pior: você vai mascarar a real periculosidade do ambiente. É fundamental que sempre, antes de fazer qualquer tipo de obra, você tenha um engenheiro avaliando e, aí sim, identificar que aquilo não representa nenhum risco, mesmo você fazendo a pintura de uma parede”, destaca Miguel Fernández.


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