Desespero
'Ouvi um estalo': vizinho narra pânico após casa desabar no Rio
Morador diz que já havia alertado sobre risco de desabamento
O desabamento de uma casa de três andares na madrugada desta segunda-feira (16), no Morro do Juca, em Cascadura, Zona Norte do Rio, deixou um idoso de 77 anos ferido e moradores em pânico. Uma pessoa que estaria sob os encombros segue desaparecida.
Ricardo Luiz da Costa, de 42 anos, empreendedor local, conta como agiu rapidamente para salvar sua esposa e filha de três anos. "Só deu tempo de correr para protegê-las", disse ele, relembrando os momentos dramáticos.
"Eu estava no terraço, mas desci para beber água. Quando estava na cozinha, ouvi um estalo seguido de um barulho ensurdecedor, como se o mundo estivesse desabando. Não pensei duas vezes, corri e me joguei sobre minha filha para protegê-la. O desespero foi total. Uma coluna furou a parede e invadiu o banheiro", contou Ricardo, que precisou usar todas as suas forças para abrir a porta da sala, bloqueada por escombros.
Eu não sei de onde tirei forças, mas consegui abrir a porta e saímos. Do lado de fora, vimos que a casa do vizinho estava completamente destruída. A TV que estava no terceiro andar da casa do vizinho veio parar na minha porta
Ao sair de casa, Ricardo e outros moradores notaram que o vizinho, Luis Carlos da Silva, de 79 anos, estava preso embaixo da escada.
"A cabeça dele era visível entre os escombros. Eu e alguns vizinhos conseguimos retirá-lo e o colocamos sobre uma porta até que os bombeiros chegaram e o levaram ao hospital", relatou.
Imóvel interditado
A casa de Ricardo Luiz também foi interditada pela Defesa Civil, e ele ainda não tem previsão de quando poderá retornar.
"Não posso entrar, e não sei o que vai acontecer daqui para frente. Mas tenho fé de que vamos conseguir nos reerguer."
Ricardo também destacou que, há cerca de quatro meses, já havia alertado o vizinho sobre o risco de desabamento.
"Uma pedra da coluna da casa dele caiu e bateu na minha porta. Também estava saindo lama da estrutura. Cheguei a avisá-lo. Recentemente, estavam realizando uma obra lá, e o ferro da coluna estava exposto", explicou.
Força-tarefa
Enquanto equipes da Comlurb, demais funcionários da Prefeitura do Rio, e voluntários ajudam os agentes do Corpo de Bombeiros na remoção dos escombros, os moradores da comunidade aguardam notícias sobre Creusa José Correia, de 77 anos, que continua desaparecida. As buscas continuam, com esperança de encontrá-la com vida.
Segundo o Corpo de Bombeiros, 30 militares, de seis unidades, atuam no resgate, incluindo especialistas em busca e salvamento em estruturas colapsadas, com apoio de cães farejadores.
Até o momento, não foram divulgadas informações sobre o motivo do desabamento.
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