Paraíso
Paquetá: um pedacinho do Rio que vive em outro tempo
A ilha foi cenário da novela ''A Moreninha'', em 1975
Uma horinha é o suficiente para distanciar duas realidades completamente diferentes: A rotina caótica do Rio de Janeiro, do cenário bucólico da Ilha de Paquetá. O bairro fica a 60 minutos da região Central do Rio e oferece um convite de relaxamento para longe do barulho da metrópole.
Para chegar à Ilha, o meio de acesso mais popular é através das barcas que partem da Praça XV, no Centro do Rio. A travessia, que dura cerca de 60 minutos, é uma das etapas de composição de um cenário diferente daquele deixado na estação da Praça XV. O valor do bilhete segue as normas da CCR-Barcas.
O gentil bairro abriga pouco mais de 4,5 mil habitantes. Parte dos moradores trabalha na Capital e precisa se atentar aos horários de travessia, que não são muitos. Em dias úteis, 11 travessias contemplam o trajeto Praça XV X Paquetá. No fim de semana e feriados, a grade estende uma travessia.
Os poucos horários, inclusive, são uma das únicas reivindicações feitas pelos moradores da Ilha. ‘’São poucos horários para atravessar para o Rio. Às vezes a gente precisa resolver alguma coisa, e acaba tendo que ficar lá um bom tempo. Mas fora isso, isso aqui é um sossego. Muito tranquilo’’, contou Vilma Souza, de 57 anos.
Um dos orgulhos destacados em comum pelos moradores é a utilização de bicicletas como principal meio de locomoção na ilha. Com 1,2 quilômetro quadrado de área e 8 quilômetros de perímetro, são as bicicletas, charretes elétricas e os eco táxis, os únicos veículos permitidos em Paquetá.
Apenas serviços emergenciais ou de utilização pública possuem permissão para circular com automóveis no lugar. Além do transporte, as ruas de terra e o casario histórico criam um cenário digno de novela. Foi aproveitando a cena, que a teledramaturgia ‘’A Moreninha’’, exibida pela TV Globo, em 1975, foi gravada na Ilha.
A escolha do cenário para a gravação d novela não foi por acaso. Embora não haja confirmações oficiais, acredita-se que a paisagem da Ilha de Paquetá foi citada no romance ‘’A Moreninha’’, de Joaquim Manuel de Macedo, publicado em 1844.
‘’Paquetá ainda é um paraíso.’’
Para o administrador Carlos Linhares, de 65 anos, o único problema que, vez ou outra, incomoda, é a falta do serviço de poda das árvores, que incidem sobre a fiação elétrica em casos de chuva ou vento forte.
Para a vendedora Suely de Aguiar, de 73 anos, a Ilha ofereceu a calmaria que ela buscava, enquanto ainda era moradora da Zona Norte do Rio. ‘’Temos o essencial para a ilha. Temos escola, temos hospital, temos os ecotáxis, onde os meninos levam as pessoas para onde elas querem ir. Viver em Paquetá é tranquilidade.’’, avaliou.
Segundo o ecotaxista Eduardo Gonçalves, de 41 anos, a Ilha é o lugar ideal para oferecer uma infância saudável aos pequenos: ‘’Eu vim para cá quando tinha 7 anos, morava no Méier (Zona Norte) e foi a melhor coisa, aqui as crianças podem brincar na rua, as pessoas podem andar tranquilas na rua à noite. É claro que é preciso ter vigilância, mas ainda é um lugar muito seguro.’’, afirmou.
Baobá Maria Gorda
Além do ambiente calmo, a Ilha de Paquetá é um berço de histórias e lendas. Entre as histórias contadas, a mais conhecida é a história da baobá Maria Gorda. Uma árvore de 10 metros de diâmetro, trazida do continente africano e plantada pelos colonizadores em 1627, na Ilha. Atualmente, a atração é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Imaterial (Inepac) e atrai diversos turistas.
Reza a lenda, que gestos de carinho ao troco da árvore, localizada na Praia dos Tamoios, serão recompensados com sorte eterna.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!