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    Parvovirose: entenda a doença que deixa as bochechas rosadas

    Surtos pelo vírus são mais comuns em crianças

    Publicado 29/08/2024 às 7:17 | Atualizado em 29/08/2024 às 8:09 | Autor: Sofia Miranda
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    Bochechas rosadas são um dos sintomas da parvovirose
    Bochechas rosadas são um dos sintomas da parvovirose |  Foto: Reprodução

    Nesta época do ano, a possibilidade de surtos de casos de infecção pelo Parvovírus B19, conhecido por causar o eritema infeccioso, chama atenção para a rotina em creches e escolas, visto que a transmissão ocorre principalmente através da respiração e na fase infantil. 

    O Parvovírus B19 causa uma doença exantemática (infecciosa) da infância que recebe o nome de Eritema Infeccioso. A parvovirose humana se caracteriza como um exantema maculopapular - condição cutânea que revela manchas vermelhas ou rosas no corpo- que começa nas bochechas e se estende aos troncos e membros. Os sintomas podem durar de 5 a 10 dias.

    ‘'Muitas vezes o que a criança vai apresentar é como se a face dela tivesse sido esbofeteada. Na infância, a principal manifestação clínica é o eritema infeccioso. É uma doença febril e que causa esse exantema’’, explica Rita Cubel, professora do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da Universidade Federal Fluminense (UFF).

    A principal forma de transmissão do vírus é a respiratória. ‘’São aerossois, gotículas que os indivíduos emitem ao falar, ao tossir, ao espirrar a principal forma de transmitir. É muito difícil controlar essa transmissão, já que é respiratória,” esclarece.

    A infecção é frequentemente assintomática em 30% a 40% dos casos, mas surtos em creches e escolas são comuns devido à alta taxa de contato entre crianças. 

    ‘’Gestantes nessa época tem que tomar um certo cuidado, principalmente quando trabalham ou têm muito contato com crianças. Ou trabalham em creches, escolas, porque elas estão mais suscetíveis a se infectar pelo o vírus através do contato com as crianças’’, explica.

    Segundo Cubel, a infecção se torna mais importante quando adquirida por indivíduos que são soronegativas, ou seja, não possuem anticorpos contra o B19. No caso de gestantes, a infecção pode ameaçar o crescimento do feto.

    Aspas da citação
    Dependendo do estágio da gestação, principalmente se a infecção acontece no segundo trimestre, isso pode resultar no desenvolvimento de hidropsia fetal não imune e você pode ter a perda gestacional
    Rita Cubel Professora do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da Universidade Federal Fluminense (UFF).
    Aspas da citação

    Apesar disso, não é muito frequente este tipo de caso, já que, como a infecção acontece muito na infância, a maioria das mulheres chegam na idade adulta já com anticorpos.

    Além das gestantes, a infecção pelo vírus B19 também expõe riscos a indivíduos com condições de saúde que comprometem o sistema imunológico.

    “A infecção viral também assume importância quando acontece em pacientes, imunossuprimidos, imunocomprometidos e transplantados. Então eles podem também desenvolver anemia grave. Não é muito comum, mas nós temos também casos de hepatites associadas ao B19.” alerta Cubel.

    Neste caso, são recomendadas a transfusão sanguínea para a reversão dos quadros: ‘’Quando você tem um indivíduo que é imunocomprometido, que tem uma imunodeficiência ou está infectado pelo HIV e não está em terapia antirretroviral ou por algum outro motivo, é importante também fazer tratamento com imunoglobulina para poder tentar reverter o quadro’’, enfa

    Padrão de circulação

    O Parvovírus B19 foi descoberto ainda em 1075 e tem uma distribuição mundial. ‘’Esse vírus foi identificado pela primeira vez em 1075, mas a doença, O eritema infeccioso já é descrito na literatura desde a antiguidade”, revela a especialista.

    O B19 possui um padrão cíclico, com surtos ocorrendo a cada três ou quatro anos, em períodos que marcam o fim do inverno e início da primavera, época que coincide com o segundo semestre no Brasil. Este padrão sazonal é particularmente notado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste..

    A Secretária de Saúde do Estado do Rio de Janeiro informou ao ENFOCO que, em 2024, foram enviadas 28 amostras de parvovírus B19 ao laboratório Central Noel Nutels (Lacen), sendo 16 em julho e 12 em agosto. Destes, somente três foram confirmados, todos no mês de julho.

    Tratamento e prevenção

    Atualmente, não há vacina disponível para o Parvovírus B19, o que reforça a importância de medidas preventivas, como a higiene adequada de mãos e o uso de máscaras em pacientes. 

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