Luto
Violino e flores: famosos se despedem de Ney Latorraca, no Rio
Ator foi velado na manhã desta sexta-feira, no Theatro Municipal
Ator, diretor e mestre do improviso, Ney Latorraca foi despedido por familiares, amigos e entusiastas de seu trabalho em cerimônia ocorrida no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia. A cerimônia teve início às 10h30.
Violino e flores compuseram o cenário de despedida, que ocorreu no Foyer do Teatro Municipal. Personalidades como Angélica e Luciano Hulk mandaram coroas de flores. Representantes dos estúdios Globo também enviaram flores em homenagem.
Entre os que compareceram, estavam familiares e colegas de profissão, como a atriz Lucinha Lins, o ator Tarcísio Filho e a atriz Helga Nemeczyc, emocionados em pesar pela perda do amigo.
O ator Marcelo Serrado falou emocionado que a morte de Ney significa um grande vazio.
"É uma tristeza muito grande. É um vazio que nos deixa, mas um legado. É uma referência pra todos nós, artistas. Então, eu acho que é um dia de reverência a esse grande artista. Nós ficamos três meses trabalhando juntos. Depois, um mês no sertão. E era fantástico. Foi uma experiência incrível. Eu lembro que ele tinha muitos sapos e ele gostava de dar nomes a esses sapos”, lembrou emocionado.
Segundo o ator, Ney costumava ligar em dias que o amigo estava estreando, para desejar um bom espetáculo:
“Sempre que eu estreava, ele me ligava. Ele sabia dos meus filhos. Então mais do que o trabalho, a gente criou um vínculo de amizade muito forte. Não só comigo, com vários artistas que ele trabalhou, ele gostava de saber como é que a gente estava. Então é um vácuo, ele deixa um vácuo muito grande”, declarou Serrado.
O viúvo do ator, Edi Botelho, com quem o ator foi casado durante 30 anos, também deu seu último adeus e foi saudado com carinho pelos colegas de trabalho e familiares do ator.
Câncer
Ney faleceu na última quinta-feira (26), vítima de uma sepse causada em decorrência a um câncer na próstata. Presente no velório, a ex-esposa de Ney, Inês Galvão, contou aos prantos, que não sabia do diagnóstico do artista.
“Nos últimos tempos eu não estava conseguindo falar com ele. Achei até que ele estava brigado comigo. Eu não sabia sobre o diagnóstico dele de câncer, eu não sabia. O Ney era, muito importante para mim. Ele era muito especial”, contou emocionada.
Uma carreira de destaque
Paulista de origem, nascido em 1944, teve uma carreira vasta e multifacetada. Ele foi um dos maiores nomes da comédia brasileira, com uma habilidade única de improvisar e criar personagens inesquecíveis.
Seu talento não se limitava apenas à televisão; o ator também deixou sua marca no teatro e no cinema, onde demonstrou versatilidade ao transitar entre diferentes estilos.
“Eu tenho lindas lembranças com o Ney porque eu era amigo do Ney antes de sermos atores. Ele fez um grande nome dentro da escola de teatro. E a carreira dele foi brilhante, brilhante, sobretudo em teatro. Fez coisas lindas em São Paulo antes de vir para a Globo”, relembrou o ator Edwin Luisi.
Segundo Luisi, Ney sabia equilibrar a figura pública e a vida pessoal.
“O Ney foi a primeira pessoa que entendeu talvez, o fenômeno da persona. O Ney era uma pessoa socialmente, para o público, ele inventou um personagem delicioso, fazia todo mundo ouvir, mas ele tinha uma vida inteira que ele mostrava para pouca gente, muito rica, muito bonita, de grande profundidade”, lembrou.
O velório encerrou antecipadamente às 13h, com uma oração, seguida de uma salva de palmas em homenagem ao ator. A cremação será às 15h, em local não especificado, e será restrita à família.
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