Cidades
Sala Lilás recebe vítimas de violência doméstica em São Gonçalo
Sofrer violência física ou sexual é sempre traumatizante e ter que falar sobre isso para desconhecidos pode ser muito desconfortável para muitas mulheres, crianças e adolescentes. Para tornar este momento menos invasivo, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), em parceria com as secretarias municipais de Saúde e Defesa Civil e Assistência Social de São Gonçalo e o Posto de Polícia Técnica de São Gonçalo (PRPTC/SG), mantém a Sala Lilás no Instituto Médico Legal de Tribobó, em São Gonçalo (IML). O objetivo é oferecer atendimento mais humanizado para as mulheres, adolescentes e crianças vítimas dos municípios de São Gonçalo, Itaboraí e Tanguá.
O Projeto Sala Lilás possui um ambiente mais acolhedor que presta atendimento às vítimas de violências doméstica e familiar com incidência nas violências física e sexual que chegam ao local para realização do exame de corpo de delito após registrar ocorrências nas delegacias. O objetivo é fornecer atendimento especializado e suporte à vítima diante da violência que foi exposta.
“As pessoas que registram ocorrências de violência física ou sexual em delegacias são, automaticamente, encaminhadas ao IML para a realização de exame de corpo de delito. O que fazemos na Sala Lilás é tornar esse atendimento menos traumatizante, mais humanizado. Na Sala Lilás, essa vítima recebe acolhimento, escuta sensível, orientação e encaminhamento conforme a demanda apresentada”, explica a psicóloga que trabalha no local, Jussara Pacheco Lage.
O Projeto Sala Lilás foi inaugurado no dia 14 de setembro de 2020 e atende uma média de 70 vítimas por mês. Ao todo, o local já atendeu 630 vítimas. Os atendimentos de maior incidência são de violência física contra mulheres maiores de 18 anos e abuso sexual em crianças e adolescentes. As profissionais acolhem as vítimas e, dependendo de cada caso, elas são encaminhadas para acompanhamento na rede de serviços que compõem o Sistema de Garantia de Direitos de cada município, destacando-se o Centro Especializado de Orientação à Mulher vítima de violência (Ceom) em São Gonçalo. Os atendimentos acontecem de segunda a domingo, das 8h às 17h.
“A Sala Lilás contribui com o fornecimento de informações de dados qualificados para o enfrentamento e prevenção à violência contra a mulher e proteção dessa vítima, além de amenizar a violência institucional. Consideramos que as violências – física e sexual – também refletem em violência psicológica e podem envolver as violências moral e patrimonial. Por isso, damos esse suporte tão importante”, finalizou a assistente social Sílvia Carvalho, que também faz parte da equipe técnica, que ainda é composta pelas enfermeiras Tatiane Gomes e Sandra Ferreira.
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