Teve edição!
Salto de baleia jubarte não foi em Niterói; ENFOCO explica
Flagra em Itaipu, na verdade, era de baleia-franca-do-sul
O registro da baleia jubarte que impressiona os internautas, desde esta sexta-feira (28), não foi feito em Niterói, na Região Metropolina do Rio.
A espécie flagrada pela empresária Helena Sá, de 54 anos, na verdade, é uma baleia-franca-do-sul, típica da praia de Itaipu, na Região Oceânica da cidade.
O animal marinho, em questão, aparece no segundo momento do vídeo, que foi editado, segundo apurou o ENFOCO.
O mamífero captado por Helena é o que aparece mais distante dos praticantes de esportes aquáticos, quando é possível ouvir as vozes das pessoas em choque, ao presenciar a cena - e não aquele grandioso, em câmera lenta.
Helena conta que a gravação foi editada por alguém desconhecido, após ela publicar o vídeo original, que tem a sua voz, no storie da rede social Instagram. Acontece que o material foi amplamente divulgado. Inclusive, nas redes sociais da Prefeitura de Niterói.
"O meu vídeo é o que aparece a minha voz. Eu postei no storie, porque remo há muito tempo, inclusive tenho uma loja de canoa em Itaipu. O meu vídeo vazou e viralizou por conta da minha emoção na hora. A prefeitura postou, e eu comentei que usaram o meu vídeo. Mas pra mim, tinham ampliado o meu vídeo. Não faço a menor ideia de quem possa ter editado", explicou.
Especialista explica
O biólogo Rafael Carvalho, do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores, da UERJ, pontuou que a baleia filmada em Itaipu é uma baleia-franca-do-sul.
"Na realidade, nesse vídeo [que viralizou], a primeira baleia que aparece saltando, é uma jubarte. Quem editou o vídeo fez alguma confusão. Eu até acredito que esse primeiro vídeo nem seja no Brasil. Não tenho como dar certeza do local onde foi filmado. Mas não é a espécie de Itaipu", revelou.
Segundo o especialista, a espécie flagrada por Helena Sá, na praia de Itaipu, é migratória. E entre o período de junho a novembro, sai de águas geladas no sul do Oceano Altântico e vem para o Brasil com o principal objetivo de se reproduzir e para o nascimento e cria de filhotes.
"Após esse período, retornam novamente para essas regiões mais ao sul do Atlântico, que são suas principais áreas de alimentação. Aqui no Brasil, a espécie é comumente observada em Santa Catarina nesse período reprodutivo. Porém, é esperado que algumas baleias acabem sendo observadas em regiões mais ao norte, como aqui no estado do Rio", ensinou.
Momento único
Apesar da confusão dos vídeos, Helena Sá que é dona de uma loja de artigos aquáticos contou que a sensação de presenciar a baleia-franca-do-sul foi indescritível. "Tava muito perto da gente".
O mesmo sentimento foi compartilhado por Julio Cesar Oliveira, integrante da equipe Haka Va'a de Canoa Polinésia.
"Após quatro anos de expectativa por esta oportunidade, emoção e sentimentos únicos e inesquecíveis estar diante de um ser tão potente. Me senti numa mistura de puro êxtase e harmonia ao ver a baleia emergir acima da linha d'água tão próximo de mim. Também veio mais fortemente na consciência, o quanto necessitamos manter a Sustentabilidade e Equidade na preservação e relação com o Mar e Natureza para termos cada vez mais estes encontros".
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