Basta!
Ativistas protestam contra mortes de vítimas da violência em SG
Grupos vão realizar manifestação nesta quarta (14), na cidade
Moradores e ativistas de São Gonçalo realizam, nesta quarta-feira (14), uma manifestação chamada "Basta de Violência nas Comunidades", a partir das 15h30. O ato, que terá concentração na Praça Zé Garoto em direção à sede da antiga prefeitura no Centro, pedirá justiça para as vítimas da violência urbana na cidade, com destaque para o caso de João Pedro Mattos Pinto, estudante morto durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em 2020.
Segundo o organizador e militante de direitos Humanos, Félix Lino, a mobilização social é um pedido por paz nas comunidades e uma cobrança para que o poder público, em todas as suas esferas, cumpra seu papel.
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"Infelizmente nossa juventude está morrendo. Se não for pelas mãos do Estado, é pela falta de políticas públicas efetivas que mudem a vida das pessoas periféricas", disse Lino.
Ainda de acordo com Félix, a vida nas comunidades "é marcada por violência, descaso, violação de direitos e ausência de intervenções sociais".
Policiais civis absolvidos
Apesar da grande repercussão do caso, policiais civis envolvidos na operação que culminou com a morte do adolescente João Pedro foram absolvidos pela Justiça, em 10 de julho deste ano. Segundo a juíza que decretou a sentença, os agentes Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister agiram em legítima defesa.
João Pedro, com 14 anos na época, foi baleado e morto no dia 18 de maio de 2020, na casa de uma tia para onde ele resolveu ir ficar com os primos, por conta do tiroteio que acontecia na comunidade. Agentes da Polícia Federal e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) invadiram, no entanto, a casa onde estavam os menores, alegando que traficantes fugiram pulando o muro de uma casa, e que os bandidos teriam disparado contra os policiais, além de arremessar granadas na direção dos agentes.
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou três policiais envolvidos na operação por homicídio e fraude processual. As investigações, que incluíram sete audiências ao longo desses anos, contaram com depoimentos de testemunhas de acusação, policiais federais e delegados da Polícia Civil.
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