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    Diversão perigosa

    'Guerra' de armas de gel chega a São Gonçalo; saiba o que é

    Equipamentos parecem reais; autoridades falam em 'crime'

    Publicado 22/09/2024 às 10:30 | Atualizado em 22/09/2024 às 10:53 | Autor: Tayná Ferreira, Pedro Henrique, Gabriel Villa Nova
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    Armamentos já foram confundidos com armas reais em São Paulo, gerando detenções e prisões
    Armamentos já foram confundidos com armas reais em São Paulo, gerando detenções e prisões |  Foto: Grupo Enfoco

    Fenômeno entre os jovens de São Paulo, as 'armas de gel' chegaram a São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, inclusive, com data prevista para um grande encontro: 6 de outubro (Dia das Eleições), às 20h, em local misterioso, que será divulgado no dia do encontro, segundo os organizadores. Autoridades de segurança dizem que há aspectos que configuram crime pelo Estatuto do Desarmamento como, por exemplo, a comercialização de armas parecidas com verdadeiras.

    O "jogo" tem gerado polêmica na Rua 25 de Março, via conhecido de comércio popular na capital paulista, devido a casos de desespero, riscos de acidentes e mal-entendidos, sendo confundido com uma arma real. Órgãos de segurança do estado já disseram que a prática é perigosa e pode gerar transtornos. Quem pratica, no entanto, diz que a "brincadeira" não traz perigo e que zela para não acertar carros nem casas.

    Pessoas vão para as ruas e fazem 'guerra' entre si
    Pessoas vão para as ruas e fazem 'guerra' entre si |  Foto: Reprodução / Instagram

    O ENFOCO apurou que uma loja localizada no Jardim Catarina, em São Gonçalo, está comercializando as armas falsas e os objetos relacionados a esse jogo. Entramos em contato com o estabelecimento, mas não tivemos retorno.

    Um outro comércio, em local desconhecido, contou que disponibiliza munições para as 'armas de gel'. "R$ 39.90 faz 5.000 bolinhas", afirmou o vendedor em uma conversa de WhatsApp.

    Modelos, valores e regras do jogo

    As armas de gel, mais conhecidas como "marcadores", variam de preço de acordo com o design do equipamento. A arma mais barata custa entre R$ 120 e R$ 350. A recarga com 5 mil bolinhas é vendida ao valor de R$39.90 em uma dessas lojas. Os equipamentos também são comercializadas em lojas pelo Instagram. Parecidas com armas de verdade, os marcadores possuem uma variedade de design, modelos como Oruan e Buzeira fazem parte do arsenal.

    Nas regras do jogo, não é permitido que atire na arma do adversário e nem iniciar confrontos. Se a "munição" acabar, é necessário levantar a mão para sair do jogo. 

    O que dizem os órgãos de Segurança

    A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou, em nota, que acompanha de perto os acontecimentos.

    "As forças policiais estão atentas à prática que pode gerar inúmeros transtornos, desde acidente de trânsito, ferimentos e até um mal-entendido ao ser confundida com uma arma real. A fabricação e comercialização de réplicas e objetos que podem ser confundidos com armas de fogo é vedada para os fins citados na reportagem, de acordo com o Estatuto do Desarmamento", informou.

    Já a Polícia Civil do Rio informou que não há investigações em andamento, mas que irá averiguar a situação, a partir do contato da reportagem do ENFOCO. A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro (SSP-RJ) não deu resposta até o momento da publicação desta reportagem.

    A Polícia Militar ainda não informou se esse tipo de "jogo" já foi registrado em outros locais do Rio de Janeiro. Também não informou se há investigações em andamento, além de prisões e qual seria a natureza do possível crime cometido.

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