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    Sem conseguir transferência idosa morre na UPA de Inoã

    Publicado 27/07/2019 às 16:56 | Autor: Patricia Vivas
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    Idosa ficou internada por 14 dias na unidade. Foto: Ibici Silva / Arquivo Plantão Enfoco

    Uma idosa de 77 anos faleceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inoã, em Maricá, na tarde desta sexta-feira (26) após 14 dias internada.

    De acordo com o laudo médico, Dilza Soares de Souza deu entrada na unidade apresentando infarto agudo no dia 12. Segundo a família, a paciente necessitava ser transferida para um Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) e chegou a conseguir uma liminar na justiça para isso, no dia 22, mas a Secretaria Municipal de Saúde não teria cumprido a ordem judicial.

    Fernanda Lorenzo, nora da paciente, contou que ligou várias vezes para a secretária Municipal, Drª. Simone Costa, mas que não teve nenhuma ajuda.

    “O juiz mandou pagar um CTI particular, caso não tivesse público, mas ninguém se movimentou! Minha sogra morreu às 12h30 e a família só foi avisada quando chegou para a visita, às 16h40. O médico ainda preencheu o óbito errado e ao chegar ao cartório tivemos que retornar para UPA. Demoramos muito até conseguir liberar o corpo dela”, desabafou.

    A Prefeitura de Maricá, através da Secretaria de Saúde, emitiu uma nota informando sobre o caso na manhã deste sábado (27). De acordo com a nota, a transferência depende da Central de Regulação do Estado e não foi realizada devido a escassez geral de leitos. Confira abaixo a nota na íntegra:

    “A Prefeitura de Maricá, através da Secretaria de Saúde, vem a público informar que toda e qualquer transferência de pacientes internados em unidades deste ou de qualquer outro município só pode ser feita a partir da Central de Regulação do Estado. E é de conhecimento geral que a escassez geral de leitos vem dificultando essas transferências, a despeito do reconhecimento das dificuldades por parte do estado, uma situação que afeta não apenas Maricá mas todas as outras cidades que fazem parte da chamada Região Metropolitana II.

    No caso da paciente de 87 anos, que faleceu nesta sexta-feira na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inoã, onde estava internada desde o dia 12, o município e a secretaria não pouparam esforços para obter a transferência junto ao estado. A paciente deu entrada com um quadro de infarto e tinha indicação para realização de um cateterismo, exame que pela classificação de risco médio, só pode ser realizado em unidades maiores, fora do município. Assim que foi feito o diagnóstico, a Central de Regulação foi acionada e começou a buscar uma transferência, que nesse caso exigia um leito de CTI com hemodinâmica.

    Após intensos esforços, o exame de cateterismo foi marcado para o dia 18, porém o quadro clínico da paciente impediu a sua remoção para a unidade. As equipes de Saúde do município continuaram trabalhando para melhorar a condição e permitir a transferência, ao mesmo tempo em que a Central de Regulação continuava buscando uma vaga em CTI com hemodinâmica – fato esse do conhecimento do juiz que emitiu ordem de transferência para uma unidade pública ou privada contra o município, a quem não cabe tal procedimento.

    De acordo com a Secretaria de Saúde, para melhorar a situação uma normativa do estado determinou aos municípios que fizessem um levantamento sobre pacientes crônicos internados em leitos de CTI vinculados ao SUS para que se estabeleça um quadro mais detalhado sobre o status dessas vagas.

    A secretária Simone Costa reitera não ter recebido qualquer chamado da família da paciente de 87 anos. Compreende a dor da família e garante que tanto ela quanto todos os integrantes das equipes que cuidaram da paciente fizeram o máximo dentro de suas atribuições para salva-la. A secretaria já determinou a apuração de todos os procedimentos realizados após o falecimento, com o intuito de identificar eventuais falhas.

    A UPA de Inoã e o Hospital Municipal Conde Modesto Leal pertencem aos moradores da cidade e cabe à Prefeitura seu gerenciamento dentro das melhores e mais transparentes práticas de gestão. Esse compromisso vem sendo cumprido à risca”.

    Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde ainda não se manifestou sobre o assunto.

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