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Sem restrições, cais da Ponta d'Areia preocupa moradores

De acordo com a associação de moradores, em 10 dias, aproximadamente 1,4 mil pessoas desembarcaram no bairro. Foto: Ramon Ribeiro

As recentes medidas da Prefeitura de Niterói e do Governo do Estado para reduzir a circulação de pessoas e conter o avanço do novo coronavírus (Covid-19) no município ganharam apoio da maior parte da população. Agora, os moradores que vivem na Ponta d'Areia, na região central, pedem ajuda para controlar o cais do bairro, que é porta de entrada para embarcações diariamente.

Segundo o presidente da associação de moradores do Morro da Penha, Adriano Felício, algumas empresas utilizam o cais da Ponta d'Areia para fazer o transporte de passageiros. O local fica aberto e embarcações de diversas partes do Brasil e do mundo podem atracar sem controle, já que não é preciso fazer pagamentos para parar na costa.

"Através das redes sociais, estamos solicitando a interdição do cais. Todo mundo está passando por esse controle sanitário para conter o avanço do vírus e Niterói tem feito diversos esforços, como a quarentena total da cidade. A gente não quer atrapalhar o serviço das empresas de serviços essenciais, mas estamos solicitando às autoridades um controle ou fiscalização sanitária", reivindicou.

Por dia, de acordo com Adriano, o cais recebe em torno de 20 embarcações, de pequeno, médio e grande porte. Em 10 dias, aproximadamente 1,4 mil pessoas desembarcaram no bairro. O objetivo é que seja permitido apenas os barcos de moradores e empresas locais, desde que atendam as medidas da vigilância sanitária.

"É um entra e sai muito grande de pessoas em um bairro próximo ao Centro de Niterói. Por barco, tem no mínimo sete pessoas e a gente recebe cerca de 20 barcos por dia. Esses números, só considerando as embarcações de pesca em dias de movimento mínimo. A cidade fica muito exposta. O nosso pedido é que seja respeitada a quarentena também no cais", explicou Adriano, que é presidente da associação desde 2015 e também diretor jurídico da Federação das Associações de Moradores de Niterói (Famnit).

Moradores temem contaminação

Quem mora na localidade também teme que a quantidade de estrangeiros que seguem desembarcando no cais da Ponta d'Areia acabe ocasionando a propagação da doença no bairro.

O aposentado Roberto Kennedy, de 50 anos, explicou que muitos turistas costumam ir até o cais para seguir até hotéis do Rio e o Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador.

"Além dos turistas que vem a lazer, ainda há os estrangeiros que trabalham fazendo manutenções nos navios que ficam atracados aqui no bairro" disse.

O soldador Vagner Teixeira, de 39 anos, explicou que a comunidade tem respeitado o isolamento social.

"Ninguém está abrindo os comércios e os pequenos pescadores também estão parando. Porém, aqui é uma área com muitos estaleiros e eles continuam abertos, o que coopera para que ainda tenham pessoas circulando pelas ruas" disse.

Questionada, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) de Niterói informou que enviará um equipe ao local para uma vistoria na área.

Serviços essenciais que não devem parar

O presidente Jair Bolsonaro editou, na última sexta-feira (20), o decreto que define serviços públicos e atividade essencial durante o isolamento social para conter o coronavírus (Covid-19).

Entre eles estão: assistência à saúde; atividades de segurança e defesa nacional; transporte intermunicipal, interestadual e internacional de passageiros; transporte por táxi e por aplicativos; serviços de telecomunicações, energia elétrica e gás; produção e venda de produtos de saúde, higiene, alimentos e bebidas; serviços bancários e postais; produção e venda de combustíveis; transporte e entrega de cargas.

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