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    Som dos fogos no réveillon é alvo de criticas em Niterói

    Publicado 27/12/2019 às 17:42 | Autor: Ezequiel Manhães
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    Festa da Virada acontecerá em dois pontos da cidade (Praia de Icaraí e Itaipu). Foto: Divulgação - Prefeitura de Niterói

    Diferente da capital paulista, que adotou fogos silenciosos para a festa da virada, Niterói manteve a tradicional queima de fogos, marcada para acontecer no dia 31, nas praias de Icaraí e Itaipu, em Niterói, e virou alvo de criticas por donos de animais domésticos na cidade.

    Inclusive, a onda de questionamentos sobre os barulhos dos rojões e bombas, assim como os malefícios que podem causar à saúde dos bichinhos, trazem à tona a ideia da criação de uma lei para proibir a circulação e uso de fogos de artifício 'barulhentos' na cidade, visando o bem estar dos pets. 

    Na Câmara dos Vereadores de Niterói, já tramita um projeto do vereador Leandro Portugal (PV) sobre o assunto. A intenção, no entanto, ainda está estacionada na Casa. De acordo com o parlamentar, em justificativa para a validação do projeto, os fogos amplamente usados principalmente neste mês festivo, prejudicam, além dos animais: idosos, crianças, autistas, pessoas com deficiências e acamadas - por isso, a intenção de venda e soltura apenas de fogos visuais, com luzes e cores, sem estampido, já a partir da implantação.

    Uma vez aprovado, o Projeto de Lei (PL) 004/2019 pode gerar multa de R$ 2 mil para quem descumprir as regras. Segundo o plano, o valor seria atualizado anualmente pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

    Nesta semana, a Prefeitura já revelou que a Praia de Icaraí vai receber 7,5 toneladas de explosivos, que devem produzir um espetáculo pirotécnico no período de 15 minutos. E conforme o próprio Executivo, a empresa responsável pela instalação e detonação dos fogos, garantiu que este ano as explosões serão ainda mais potentes que nos anteriores. Em Itaipu, será usada 1,5 tonelada de fogos, em uma única balsa. 

    Hunter, de 4 anos, tem medo de fogos. Foto: Arquivo Pessoal

    Segundo o professor de Educação Física Igor Mesquita, de 24 anos, esse assunto é um problema sério dentro de casa com o seu cachorro Hunter, de 4 aninhos, que fica muito nervoso com os explosivos todo final de ano.

    "Já nas primeiras horas do dia 31, muitas pessoas começam a soltar fogos em vários pontos da cidade e já temos que deixar tudo preparado para que nosso cachorro não entre em desespero. A audição deles é muito sensível e o barulho forte dos fogos deixa o coração do nosso cachorrinho muito acelerado. Parece que ele terá um ataque do coração a qualquer momento e a gente tenta isolar o som das ruas”, relata. 

    Ele também disse que defende a aprovação do projeto de forma imediata.

    “Já passou da hora, pois a cada ano que passa os animais de estimação estão correndo mais risco de morte, não só o meu como o de todas as famílias. Espero que botem a mão na consciência, pois muitos animais já morreram dessa forma", finalizou o professor, morador de Icaraí. 

    Moradora do Centro, a professora Fernanda Cruz, de 50 anos, também conta que adota medidas para proteger os dois gatos e três cachorros de estimação que tem, na festa de Ano Novo.

    “Deveria ser extinto os fogos com barulhos! Dá muito nervoso vê-los agoniados. Aí o que eles fazem? Se esconde em tudo quanto é canto lá de casa e ficam com os olhinhos aparentemente tristes meio que pedindo ajuda. Agora a gente deixa eles trancadinhos no quarto, com as janelas fechadas, para tentar reduzir o barulho”, contou.

    Ainda no PL, Portugal lembra que o plano elaborado por ele colabora com solicitações da população, de instituições de Saúde e Assistência e de entidades protetoras de animais.

    De acordo com a presidente da Associação Casa do Cão e Gato, Rosimar Lessa, qualquer Projeto de Lei que venha ajudar a causa animal é sempre bem-vinda. Ela também destaca o fato de já existir fogos de artifício especiais para não fazer barulho.

    “Os bichinhos escutam de uma forma diferente. Pelo conhecimento que eu tenho com cães e gatos, vejo o quanto sofrem. Dá um pavor neles. Conheço animais que já até faleceram em épocas assim. Tivemos um caso de um cachorro em um prédio na Moreira César que chegou a pular da janela, enquanto a família foi para a praia”, finalizou Rosimar - solicitando uma atenção maior a causa, por parte de todos os vereadores.

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