Cidades
Vendedor de bala junta dinheiro para cursar faculdade no Rio
"A necessidade faz a ocasião". A máxima nunca fez tanto sentido na vida do técnico de refrigeração Aloísio Mello da Silva, de 28 anos. Morador de Nova Iguaçu, há três semanas ele vende balinhas de hortelã no sinal da Rua da Assembleia, altura do número 10, no Centro do Rio de Janeiro. Com a venda das guloseimas, Aloísio pretende complementar a renda e custear seu sonho de cursar a faculdade de Direito, que começa em fevereiro do ano que vem.
"Já vou pagar a mensalidade no início do mês que vem. Consegui fazer uma redação e consegui abaixar o valor em 40%, mas ainda tá muito caro pra mim. Pago aluguel e gasto R$ 20 por dia pra estar aqui. Não é fácil", disse o técnico de refrigeração que, mesmo com as adversidades, parece não desanimar.
Para oferecer os produtos no sinal, Aloísio tem a rotina puxada. Ele acorda às 3h, estuda em casa para o concurso do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e segue com a mercadoria para oferecer aos motoristas das 8h às 14h, de segunda a sexta. Com a venda dos doces, ele consegue embolsar de R$ 80 a R$ 140 em um bom dia. Além das caixinhas das balas, o vendedor carrega um cartaz com a frase "Quero ser advogado. Ajuda-me".
A opção em cursar direito, ele conta, veio depois de estudar para concursos públicos que tinham as matérias relacionadas com as que serão oferecidas na faculdade. O desconto ele conseguiu em uma universidade em Ipanema, na Zona Sul do Rio.
"Estou há dois anos tentando passar em um concurso. Ano passado tentei, mas fui reprovado. Quando não estou trabalhando como técnico de refrigeração, eu estou aqui no sinal vendendo as balas. Tenho um pouco de vergonha, mas venho mesmo assim. Meu maior sonho é vencer na vida", conta orgulhoso.
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